PERFIL DE SUSCETIBILIDADE DE SEIS POPULAÇÕES DE AEDES AEGYPTI AO ANÁLOGO DE HORMÔNIO JUVENIL PYRIPROXYFEN NO DISTRITO FEDERAL.
BRUNO LOPES CARVALHO1, RAYSSA NÁDIA LEITE GERMANO1, EVALDO ROSANO FERREIRA DE ARAÚJO1, KATIA MARIA LEAL BRAGA1, PRISLENE BOREL DE SOUSA1, DOUGLAS DE ALMEIDA ROCHA1, RODRIGO GURGEL-GONÇALVES1, MARCOS TAKASHI OBARA1
1. NMT - UNB - Núcleo de Medicina Tropical, Universidade de Brasília, Distrito Federal, Brasil, 2. FS - UNB - Laboratório de Parasitologia Médica e Biologia de Vetores, Área de Patologia, Faculdade de Medicina, 3. LEM - UNB/CGLAB/SVS/MS - Laboratório de Entomologia Médica da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Distrito Federal, Brasil.
brunolopesbio26@gmail.com

INTRODUÇÃO. Historicamente, o controle da espécie Aedes aegypti – principal transmissor do vírus da dengue, chikungunya e zika foi realizado com o organoclorado diclorodifeniltricloretano (DDT), organofosforados (malathion, fenitrothion), carbamato (bendiocarb), piretróides (cipermetrina, deltametrina e alfacipermetrina), inseticidas reguladores de crescimento (IGR) (diflubenzuron, novaluron) e mais recentemente pyriproxyfen (PPF). Em 2016, o PPF começou a ser utilizado no Distrito Federal (DF). Apesar do uso recente já existe registro de resistência moderada de Ae. aegypti ao IGR methoprene, em 2015, na Malásia. Portanto, torna-se fundamental o monitoramento sistemático e periódico de populações de Ae. aegypti para detectar alterações de suscetibilidade ao PPF. OBJETIVO. Analisar o perfil de suscetibilidade de seis populações da espécie Aedes aegypti ao PPF, no Distrito Federal. METÓDOS. Ovos do mosquito Ae. aegypti foram coletados em seis áreas (Vila Planalto, Granja do Torto, RCG, Lago Norte, Varjão e SUAG) por meio de armadilhas ovitrampas, sendo obtidas a geração F1. As larvas de 3º e 4º estádios da geração F1 foram expostas as concentrações de 0,0001; 0,0005; 0,0007; 0,001; 0,005; 0,007; 0,01 e 0,03 µg/ml de PPF. Os bioensaios foram realizados em triplicatas em dias alternados e o registro de mortalidade realizado a cada 48 horas. O grupo controle foi tratado com 1 ml de álcool. RESULTADOS. Foram expostas um total de 5.040 larvas do mosquito Ae. aegypti . De modo geral, as populações procedentes da Vila Planalto, Granja do Torto, RCG, Lago Norte, Varjão e SUAG apresentaram elevada suscetibilidade ao PPF, conforme mostra os valores da Inibição de Emergência (IE) que variaram entre 28% a 92%.  A população de referência obteve IE de 99% e Concentração de Inibição (CI) 99% de 0,4 µg/ml. A dose-diagnóstica (DD) deste estudo foi de 0,8 µg/ml. A mortalidade de larvas e pupas foi de 1,1% a 3,0% e 54,6% a 72,8%, respectivamente. A Razão de Resistência (RR) foi de 0,8 para Vila Planalto e RCG; 4,0 para a população do Varjão; 5,0 para SUAG; 7,0 para o Lago Norte e 11,0 para Granja do Torto. CONCLUSÃO. As seis populações de mosquito Ae. aegypti do Distrito Federal apresentaram elevado nível de suscetibilidade ao PPF. No entanto, novas áreas do DF necessitam ser monitoradas, em relação a alteração de suscetibilidade da principal espécie transmissora de arboviroses no Brasil – Ae. aegypti.



Palavras-chaves:  Aedes aegypti, Resistência, Suscetibilidade, Pyriproxyfen