TUBERCULOSE DROGA RESISTENTE EM HIV NEGATIVOS: AVALIAÇÃO DOS FATORES DE RISCO NA REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA - CEARÁ
THALES ALVES CAMPELO1, LUANA NEPOMUCENO GONDIM COSTA LIMA1, CAROLINY SOARES SILVA1, SORAYA DE OLIVEIRA SANCHO1, FRANCISCO GUSTAVO SILVEIRA CORREIA 1, CRISTIANE CUNHA FROTA1
1. UFC - Laboratório de Micobactérias, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, Ceará, 2. UFC - Programa de pós-graduação em Saúde Pública, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, Ceará, 3. IEC - Instituto Evandro Chagas, Belém, Pará
GUSTAVCORREIA@GMAIL.COM

INTRODUÇÃO: A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa tratável que afeta a humanidade a milhares de ano, sendo considerada a doença infecciosa que mais causa óbito no mundo. A TB multidroga resistente (MDR) é definida como a resistência à isoniazida (INH) e rifampicina (RIF), constituindo assim um problema grave para o controle da doença. De acordo com a OMS, em 2016 foi estimado que ocorreram 490 000 casos de TB-MDR no mundo. Em 2017, foram notificados 3.076 casos de TB no Ceará, dos quais 1.847 foram notificados apenas em Fortaleza o que representa uma taxa de incidência de 63,8 casos novos por 100 mil habitantes. OBJETIVO: Identificar variáveis socioeconômicas, ambientais, comportamentais (dados clínicos) e presença de comorbidades associadas à TB-droga resistente (DR) no âmbito intradomiciliar e na comunidade. DESENHO DO ESTUDO: Estudo prospectivo, observacional realizado no período de janeiro a dezembro de 2017. MÉTODOS: Foram incluídos 49 participantes com diagnóstico de TB-DR e HIV negativos. A entrevista dos pacientes foi realizada nos ambulatórios do Hospital Dr. Carlos Alberto Studart Gomes. Os pacientes foram divididos em dois grupos: grupo controle, composto por pacientes com resistência até dois fármacos, e grupo caso constituído por indivíduos com resistência a três ou mais fármacos. RESULTADOS: A resistência à INH e RIF foi encontrada em 61,2% (30/49) das amostras analisadas. Diabetes (52,6%) e etilismo (73,7%) foram encontrados como fatores de risco relacionados a resistência a três ou mais fármacos (p<0,05). Também foi observado o predomínio do sexo masculino (73,7%, p=0,021) e no maior número de contatos intradomiciliares (32,7%, p=0,0165) no grupo caso. DISCUSSÃO: Os fatores de risco encontrados são semelhantes ao da TB. Encontramos também uma resistência primária em 69,4% dos participantes, muito superior ao descrito na literatura. CONCLUSÃO: Foi verificado que fatores como o estilo de vida, comorbidades e o sexo masculino estão associados ao desenvolvimento de resistência aos fármacos anti-TB.



Palavras-chaves:  comorbidades, tuberculose, tuberculose multidroga resistente