PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DE INDIVÍDUOS COM HIV/AIDS INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
THIAGO AUGUSTO MACIEL 1, NÁDIA BELFORT ÉBOLI SILVA1, VINÍCIUS VIANNEY FEITOSA PEREIRA1, AMANDA VIEIRA DA SILVA MELO1, RENAN FERNANDES DE LIMA1, GERMANA FONSÊCA FIGUEIRÊDO1, TIAGO LUIZ LAGEDO FERRAZ1, POLYANA MONTEIRO1
1. HCP - Hospital Correia Picanço, 2. HUOC - Hospital Universitário Oswaldo Cruz
tamaciel@gmail.com

O tratamento antirretroviral aumentou a expectativa de vida das pessoas vivendo com HIV (PVHIV) devido à redução da mortalidade por infecções oportunistas e outras doenças relacionadas à Aids, convertendo-a em uma doença crônica com bom prognóstico quando o tratamento é iniciado precocemente e de forma contínua. No entanto, indivíduos com imunossupressão avançada (contagem de linfócitos T CD4+ abaixo de 200 células/mm 3 ) podem apresentar condições que requeiram cuidados intensivos. O objetivo deste estudo é descrever o perfil clínico-epidemiológico de adultos internados em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de referência em HIV/Aids do Estado de Pernambuco. Foi conduzido um estudo observacional, retrospectivo, a partir dos registros de todos os adultos portadores de HIV internados na UTI do Hospital Correia Picanço de julho de 2016 a maio de 2018. Consideramos os indivíduos com mais de 24 horas de estadia na UTI e apenas o primeiro internamento daqueles com mais de uma admissão. No período de observação, 210 PVHIV foram internadas na unidade, sendo 76% do sexo masculino. A mediana de idade foi de 39 anos. Apenas 31,9% faziam uso de antirretrovirais na admissão. A maioria dos pacientes (57%) tiveram o diagnóstico de infecção pelo HIV há 1 ano ou menos. A principal causa de internamento foi insuficiência respiratória, responsável por 50% das admissões. Um em cada cinco pacientes foi admitido diretamente na UTI ao chegar no hospital. A média do APACHE II foi de 22,4 pontos (40% de mortalidade esperada). A maioria dos pacientes necessitaram de droga vasoativa (68%) e ventilação mecânica invasiva (90%). Infecções oportunistas foram tratadas em 92%. A mortalidade foi de 58%. A ocorrência de infecções oportunistas, que podem levar à insuficiência respiratória e renal, envolvimento neurológico e sepse, em mais de 90% dos pacientes, pode justificar a elevada taxa de mortalidade observada. Por outro lado, é possível que o APACHE II subestime a mortalidade nessa população por não considerar a infecção pelo HIV como um fator de risco. Adultos jovens com diagnóstico de infecção pelo HIV há menos de um ano, que se apresentaram com doença avançada e insuficiência respiratória foram responsáveis pela maioria dos casos que necessitaram de UTI. A maioria não fazia uso de antirretrovirais na admissão e foram tratados para infecção oportunista.

Palavras-chave: HIV, Infecções oportunistas, Insuficiência respiratória, Mortalidade, Terapia intensiva



Palavras-chaves:  HIV, Infecções oportunistas, Insuficiência respiratória, Mortalidade, Terapia intensiva