IMPACTO DA CHIKUNGUNYA NO CICLO EPIDÊMICO DE ARBOVIROSES NO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA –PB
RENATA PEREIRA COSTA DE LIMA 1, DANIELLE CARMEN PORTO LUCENA1, RENATA RABELO PEREIRA1, DANIEL DE ARAUJO BATISTA1, FLÁVIA SÍLVIA CASTELO BRANCO LEITE1, ALECSANDRA BEZERRA MONTEIRO DE OLIVEIRA1, MARTHA HELENA CEZAR FREIRE DE SOUZA1
1. PMJP - Prefeitura Municipal de João Pessoa
natyacreana@gmail.com

A distribuição das arboviroses no Brasil apresenta-se com regiões delimitadas para arboviroses distintas. No Nordeste, a dengue se apresenta em ciclos endêmicos e epidêmicos, com epidemias ocorrendo a cada 4 ou 5 anos e, liderou sozinha o escopo das preocupações da saúde pública até 2015, quando surgiram os primeiros casos suspeitos de chikungunya, doença causada pelo vírus CHIKV, da família Togaviridae. A confirmação laboratorial da doença se deu por ensaio imunoenzimático para detecção sorológica de IgM e IgG no início de 2016, quando começaram a ser notificados. O objetivo desse trabalho é demonstrar o impacto da chegada desse novo arbovírus no ciclo epidêmico das arboviroses no município. Para isso, fizemos um estudo ecológico, longitudinal, descritivo, utilizando dados secundários a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinan Net na versão 5.0.0 e do Sinan on line, tabulados com programa tabwin na versão 4.14 e analisados após representação gráfica estruturada em excel. Os dados de população residente para o calculo da incidência foram extraídos do Datasus. Foram analisados os casos suspeitos notificados e posteriormente confirmados laboratorialmente ou clínico-epidemiologicamente. Analisando os dados de incidência de arboviroses de 2007 a 2015, onde apenas a dengue era notificada, percebemos que a incidência de casos seguia um padrão cíclico nos períodos epidêmicos, sendo os anos 2007, 2010, 2011, 2012, 2015 com maiores incidências de 1,3; 1,1; 4,3; 5,1; e 4,8 casos/1000 hab, respectivamente. Em 2016, houve um aumento inesperado na incidência de arboviroses apresentando 11,2 casos para cada 1000 habitantes. Esse foi o ano do início da chegada das notificações de casos de chikungunya onde isoladamente ela teve incidência de 4,1/1000 hab. Na série histórica de 2007 a 2015 tivemos 30 óbitos confirmados por dengue. No ano de 2016 não houve óbito por dengue, porém registramos 19 óbitos confirmados por chikungunya. Em 2017, tanto a incidência de dengue quanto de chikungunya foram reduzidas, sendo de 1,63/1000 habitantes para dengue e 0,4/1000 habitante para chikungunya. Desta forma, é notório a grave situação provocada pela chikungunya no ano de 2016, com incremento no número de casos, levando ao alto número de óbitos por arboviroses nesse ano. Esse fato deve servir de alerta para estruturarmos a rede de saúde e investirmos no combate ao vetor para minimizar o impacto de um novo período de epidemia.



Palavras-chaves:  Arboviroses, Chikungunya, Dengue, Epidemia, Incidência