ABANDONO DO TRATAMENTO DE TUBERCULOSE EM CASOS ADOLESCENTES, RESIDENTES EM PERNAMBUCO |
Introdução: O real peso da tuberculose entre os adolescentes ainda é pouco conhecido, entretanto, esse grupo apresenta singular vulnerabilidade para a doença, constituindo um desafio para os serviços de saúde, principalmente na adesão ao tratamento . Objetivo: Descrever as características demográficas, clínicas e laboratoriais dos casos de tuberculose adolescentes residentes em Pernambuco notificados no período de 2001 a 2016 que abandonaram o tratamento. Desenho de estudo: Estudo epidemiológico observacional de base populacional descritivo. Métodos: Os casos foram identificados no banco de dados do SINAN disponibilizados pela Secretaria de Estado da Saúde de Pernambuco. Para análise estatística foi utilizado o programa SSPS versão 22. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Pernambuco. Resultados: No período estudado, 5174 adolescentes foram notificados como caso de tuberculose, dos quais 503 (9,7%) abandonaram o tratamento. Entre eles, 91% eram caso novo, tinham uma idade média de 16 anos, com 79,7% situados na faixa etária de 15 a 19 anos; 58% eram do sexo masculino; 54% pardos/pretos; 48% tinham o ensino fundamental incompleto; 89% residiam na Macrorregião Metropolitana do estado; 83% apresentaram a forma pulmonar; 60% realizaram baciloscopia ; 11% apresentavam algum agravo associado; 7% tinham associação HIV/AIDS; 23% foram hospitalizados ; 58% não tiveram o tratamento com Dose Fixa Co mbinada e 70% não estavam em tratamento supervisionado. Discussão: A maioria dos adolescentes desistentes do tratamento foram casos novos, situados na fase tardia da adolescência, do sexo masculino, residentes em região metropolitana e sem tratamento supervisionado, com importante hospitalização. É de fundamental importância à atenção da equipe de saúde que acompanha essa população, f ornecendo-lhes informações mais detalhadas sobre a doença e o seu tratamento. Conclusão: Conhecer o perfil do adolescente com tuberculose que não concluiu o tratamento por abandono permite uma melhor atuação das equipes de saúde e desenvolvimento de tecnologias para prevenção, promoção e recuperação da saúde desse grupo etário, evitando a não adesão do tratamento nesta faixa etária. |