IMPLANTAÇÃO DO GRUPO DE TRABALHO PARA INVESTIGAÇÃO DA RESISTÊNCIA MEDICAMENTOSA DA HANSENÍASE NO MUNICÍPIO DO RECIFE/PE 2015-2018 - RELATO DE EXPERIÊNCIA
SÂMMEA GRANGEIRO BATISTA 1, MECCIENE MENDES RODRIGUES1, ARIANE CRISTINA BEZERRA SILVA MARTINS1, MORGANA CRISTINA LEÔNCIO DE LIMA1, ELAINE CRISTINA DOS SANTOS OLIVEIRA HOLANDA1, ANA SOFIA PESSOA DA COSTA CARRARINI1, JAILSON DE BARROS CORREIA1
1. SESAU - Secretária de Saúde do Recife, 2. UFPE- CAA - Universidade Federal de Pernambuco - Centro Acadêmico do Agreste
sammea.gb@gmail.com

O diagnóstico da hanseníase é essencialmente clínico. Os casos de maior complexidade devem ser encaminhados para as referências secundárias. Em 2015, o Ministério da Saúde lançou a Nota Informativa Nº 51 que recomenda investigar os casos suspeitos de resistência medicamentosa da hanseníase. O objetivo do estudo foi implantar um Grupo de Trabalho (GT) para discussão de casos clínicos complexos e investigação de resistência medicamentosa da hanseníase, no município do Recife, PE, 2015-2018. No ano de 2015 foi implantado o Grupo de Trabalho que permanece em funcionamento até o momento, sendo realizado a partir de reuniões sistemáticas. A equipe multiprofissional (médico, enfermeiro, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e/ou técnica de enfermagem) da referência secundária seleciona os casos que serão discutidos. Os pacientes são convidados a participarem da reunião. As discussões acontecem com a participação de atores chaves, como: Coordenação do Programa Municipal de Controle da Hanseníase (PMCH), Programa Sanar Recife, coordenadores distritais de hanseníase, profissionais das referências secundárias e das unidades de saúde básica, representantes de setores de apoio diagnóstico e rede assistencial municipal, Programa Estadual de Controle da Hanseníase (PECH) e Laboratório Central de Saúde Pública - LACEN. O grupo discute os casos selecionados com objetivo de definir as condutas terapêuticas e a necessidade da investigação da resistência medicamentosa. Como resultados das reuniões tivemos a elaboração da Nota Técnica Nº 22 da SEVS PE de 27 de janeiro de 2017, que estabeleceu o fluxo de envio das amostras para testagem de resistência medicamentosa em hanseníase no estado de PE e a elaboração do Fluxograma para investigação da resistência medicamentosa da hanseníase no município do Recife. Foram realizadas até o momento 17 reuniões e 23 coletas para investigação de resistência medicamentosa. Até o momento 15 resultados foram recebidos, sendo todos negativos. A implantação do Grupo de Trabalho foi uma experiência exitosa, trazendo uma nova estratégia de discussão de casos clínicos e investigação de resistência medicamentosa no município do Recife. Além disso, promove apoio técnico e melhoria na organização do processo de trabalho das unidades de referência quanto ao manejo dos casos, investigação da resistência medicamentosa da hanseníase e da relação de referência e contra referência entre os profissionais da atenção básica e referências secundárias.

 

 



Palavras-chaves:  Hanseníase, Doença Transmissíveis, Resistência a Medicamentos