ESTUDO COMBINATÓRIO DE AÇÃO TERAPÊUTICA DE NOVOS CANDIDATOS À FÁRMACOS SOBRE A INFECÇÃO PELO TRYPANOSOMA CRUZI IN VITRO
RAYANE NOGUEIRA ALVES 1, PATRÍCIA BERNARDINO DA SILVA1, MARCOS MEUSER BATISTA1, DAVID W. BOYKIN1, GALINA I. LEPESHEVA1, MARIA DE NAZARÉ CORREIA SOEIRO1
1. FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz, 2. GSU - David W. Boykin, 3. VU - Vanderbilt University
rayane.alves@ioc.fiocruz.br

A doença de Chagas, causada pelo protozoário parasita  Trypanosoma cruzi é uma patologia negligenciada com grande impacto na saúde pública de áreas endêmicas, como países da América Latina e não endêmicas, como Europa, América do Norte e Ásia, frente a migração de portadores. Atualmente dois fármacos são usados no tratamento desta enfermidade, o nifurtimox e o benznidazol (Bz), porém ambos são apenas parcialmente eficazes, e apresentam diversos efeitos colaterais, além da ocorrência de cepas naturalmente resistentes à terapia por nitroderivados, sendo assim necessária a busca por novos compostos e novas abordagens terapêuticas. Um destes exemplos, é a terapia combinada, na qual é possível associar diferentes compostos com distintos mecanismos de ação, reduzindo a toxicidade pela diminuição das doses, e menor possibilidade de ocorrência de resistência por atingir diferentes alvos celulares, promovendo ainda possível superior seletividade. Sendo assim, neste estudo foram feitos tratamentos com diferentes classes de compostos, que foram testadas isoladamente pelo nosso grupo, e foi identificado algumas moléculas muito promissoras em ensaios de atividade contra o T. cruzi , em destaque os agentes aromáticos heterocíclicos como as arilimidamidas, além de inibidores da biossíntese de ergosterol. Por isso, realizamos estudos combinatórios em ensaios in vitro com estes compostos previamente selecionados, associando essas moléculas entre si assim como ao Bz. Os dados obtidos até o momento revelam que os compostos e suas combinações não apresentaram toxicidade sobre células de linhagem L929, e apresentam atividade sobre amastigota de T. cruzi da cepa tulahuen, e os dados preliminares das combinações testadas até o momento demostraram um perfil sem interação. O conjunto de dados demostra a importância de incluir rotineiramente novas estratégias nos ensaios de quimioterapia experimental, como a terapia combinada, na busca por novos compostos para o tratamento de doença Chagas, visando contribuir para a identificação de terapias alternativas para os afetados com esta enfermidade.



Palavras-chaves:  Doença de Chagas, Terapia combinada, Quimioterapia experimental, Arilimidamidas, Inibidores de biossíntese de ergosterol