AVALIAÇÃO CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICA DOS ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS EM UM MUNICÍPIO DO NOROESTE PAULISTA
JULIE ANE MIRANDA MEDES 1, ANA PAULA DE SOUZA MARTINS1, APARECIDA MEIRA DA SILVA1, KÁSSIA JULIANA DE ALMEIDA GIANINI 1, PAULA HELENA DOS SANTOS E SOUZA1, MÁRCIO CESAR REINO GAGGINI1
1. UNIVERSIDADE BRASIL - Universidade Brasil
julie_medes@hotmail.com

Introdução: Os acidentes com animais peçonhentos são descritos como problema de saúde pública nos países tropicais. É de grande importância garantir condições adequadas de atendimento bem como de tratamento aos acidentados, afim de reduzir a gravidade e a letalidade que esses podem provocar. Objetivo: Avaliar e caracterizar o perfil clínico-epidemiológico dos acidentes com animais peçonhentos notificados no município de Fernandópolis no período de 2008 - 2017. Metodologia: Utilizou-se um estudo ecológico e descritivo temporal sobre os casos registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação no período compreendido pelo estudo. Resultados: Os acidentes com animais peçonhentos notificados totalizaram 1.855 casos, com média de 185,5 casos/ano. Ocorreu um aumento progressivo na incidência de novos acidentes ao longo dos anos, sendo o maior número em 2017, com 427 casos. Do número total de casos encontramos prevalência de 55,9% entre os homens, 82,4% de raça branca, 16,4% entre 21-30 anos, enquanto 44,0% foram mulheres, 0,1% indígenas e 0,8% crianças menores de 1 ano, mostrando menor representatividade. Observando a incidência das ocorrências houve maior expressividade dos acidentes com escorpiões 79,7%, seguidos pelos com aranhas 9,0%, serpentes 4,6%, abelhas 3,9%, outros animais peçonhentos 1,67% e lagartas 0,1%, ainda 0,9% dos casos foram notificados como ignorados. Os números mostraram que a maioria das vítimas procuram atendimento em até uma hora após o acidente 76,7% e os locais anatômicos de maior ocorrência destes foram os dedos da mão 24,4% e os pés 20,3%. Apenas 2,5% casos apresentaram manifestações sistêmicas, 21,2% destes correspondem aos acidentes com escorpiões que por sua vez mostraram maior relação com as queixas vagais, enquanto os ocasionados por serpentes tiveram maior relação com as queixas neuroparalíticas. Quanto à gravidade, somente 0,7% foram graves e a soroterapia foi utilizada em 6,5% dos casos, a maioria relacionados aos acidentes com serpentes e escorpiões. A evolução para cura prevaleceu, sendo relatado apenas um óbito, relacionado ao acidente com aranha, porém atribuído a outras causas. Conclusões: Ainda que os casos graves não tenham grande representatividade, o aumento gradativo no número de acidentes com animais peçonhentos nos últimos anos no município mostra ser necessária adoção de medidas preventivas além de ações informativas, afim de evitar maiores complicações relacionadas a este tipo de agravo.



Palavras-chaves:  Acidentes , Animais , peçonhentos