Tuberculose em idosos no Maranhão: contribuição para o programa de controle.
ARLENE DE JESUS MENDES CALDAS 1,2, LETICIA FERREIRA DA SILVA1,2, ELZA LIMA DA SILVA1,2
1. UFMA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO, 2. PPGENF - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
ajm.caldas@ufma.br

Introdução: A tuberculose (TB) é considerada um problema de saúde pública pela sua elevada prevalência. No Brasil, em 2012, foram registrados 71.230 casos novos de TB, sendo que, 9,7% ocorreram em pessoas idosas, fato que revela a importância epidemiológica da doença nessa faixa etária. Objetivo : analisar o perfil e identificar os fatores associados à TB em idosos no Maranhão no período de 2010 a 2015. Material e Métodos : Realizou-se um estudo transversal analítico com os casos de TB em idosos no Estado do Maranhão. As informações foram coletadas a partir do banco do SINAN. Para identificar as associações entre o desfecho (tuberculose em idosos) e as variáveis independentes utilizou-se o modelo de regressão de Poisson, com ajuste robusto da variância. Foram estimadas as razões de prevalência (RP) e os intervalos de 95% de confiança (IC 95% ). Resultados: No Estado do Maranhão, no período de 2010 a 2015, foram notificados 9.055 casos de TB. Deste, 6.671 foram incluídos no estudo, sendo 5.166 (77,4%) adultos jovens (20 a 49 anos) e 1.505 (22,6%) idosos com idade ≥ 60 anos. A prevalência de TB em idosos foi de 16,6%. Apresentaram-se associados a TB em idosos na análise não ajustada, a escolaridade ˂8 anos de estudo (RP=3,58;IC 95% =3,04–4,22), forma clinica pulmonar (RP=1,34; IC 95% =1,10–1,63), exame anti HIV não realizado (RP=1,67;IC 95% =1,50-1,84) e ter diabetes (RP=2,71;IC 95% =3,38-3,09;). Após o ajuste do modelo somente a escolaridade ˂8 anos de estudo (RP=3,43;IC 95% =2,92-4,02), ter encerramento por não cura (RP=1,20;IC 95% =1,09-1,32), exame anti HIV não realizado (RP=1,37; IC 95% =1,26-1,49), ter diabetes (RP=2,24; IC 95% =2,03-2,47) apresentaram–se como fator que aumenta a chance da ocorrência de tuberculose em idosos. As demais variáveis apresentaram-se como fator protetor: sexo masculino (RP=0,86;IC 95% =0,79-0,93), raça/cor não branca (RP=0,77;IC 95% =0,69-0,86), entrada por retratamento (RP=0,74;IC 95% =0,63-0,86), exame anti HIV positivo (RP=0,24;IC 95% =0,08-0,73), não ter realizado tratamento supervisionado (RP=0,87;IC 95% =0,80-0,94), ser alcoólatra (RP=0,53;IC 95% =0,42-0,66) e doença mental (RP=0,47;IC 95% =0,31-0,73). Conclusão: Foi observada alta prevalência de TB em idosos no Estado. O grau de escolaridade ˂8 anos de estudo, ter encerramento por não cura, exame anti HIV não realizado e ter diabetes aumentam a chance do idoso desenvolver tuberculose . Há necessidade de se adotar estratégias de acompanhamento dessa clientela, buscando reduzir essa taxa de prevalência.



Palavras-chaves:   Idosos, Fatores de risco, Tuberculose