FATORES ASSOCIADOS AO RETARDO NO ATENDIMENTO MÉDICO EM VÍTIMAS DE ACIDENTES OFÍDICOS NO ESTADO DO AMAZONAS, BRASIL
HILDEGARD LOREN REBOUÇAS SANTOS 1, ANDRÉ ALEXANDRE DOS SANTOS GOMES1, ANDERSON DA SILVA SOUZA1, BRUNA ANDRESSA JUNG DA SILVA1, GYORLAN ALFAIA DE SOUZA1, REBECA ALECRIM BESSA1, NATHÁLIA CAROLINE VASCONCELOS JEAN SALES1, SÂMELLA SILVA DE OLIVEIRA1, VANDERSON DE SOUZA SAMPAIO1, GISELY CARDOSO DE MELO1, WUELTON MARCELO MONTEIRO1
1. ESA/UEA - Universidade do Estado do Amazonas/Escola Superior de Ciências da Saúde, 2. FMT-HVD - Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado  , 3. UNL - Universidade Nilton Lins
hlrs.med@uea.edu.br

Os acidentes ofídicos são considerados um problema de saúde mundialmente negligenciado, que afeta preponderantemente países pobres com economia rural. No Brasil, a região Amazônica é responsável pela maior incidência de acidentes ofídicos entre as regiões. O objetivo da pesquisa foi Identificar fatores associados ao retardo no atendimento médico em vítimas de acidentes ofídicos notificados no Estado Amazonas. Tratou-se de um de caso-controle, utilizando os casos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, entre janeiro de 2007 e dezembro de 2014. Utilizou-se o software Stata version 13.1 (College Station, Texas USA) para as analises bivariadas e de regressão logística. Foram registrados 14.301 casos de ofidísmo. Os acidentes ocorreram na maioria na zona rural (82,8%), acometendo mais os homens (76,6%), na faixa etária entre 16 a 45 anos (53,7%), 77,0 % eram da raça parda e 14,4% Indígenas, com ensino fundamental incompleto (65,9%), 42,9% dos casos estavam relacionados ao trabalho, o local do corpo mais acometido por picadas foram os membros inferiores (81,2%), 71,8% dos acidentes foram atendidos em menos de 6 horas. Entre os tipos de acidentes identificados, o botrópico (73,8%) foi o mais frequente, seguido do acidente laquético (23,3%) %), elapídico e crotálico, ambos com 0,5% dos casos. Quanto à gravidade, 7,2% dos casos foram classificados como graves. Houve 85 óbitos por acidentes ofídicos. A incidência média anual foi de 51 por 100.000 habitantes e a letalidade média foi de 0,6% no período analisado. Os fatores associados ao retardo no atendimento médico foram: Sexo masculino (p= 0.023, OR 1.1095, 95 % CI: 1.0143-1.2136), área rural (p=0.034, OR: 1.1114, 95 % CI:1.0078-1.2257) e como fator de proteção os acidente relacionado ao trabalho (p=0.0001, OR: 0.8376, 95 % CI: 0.7741-0.9063). As características epidemiológicas encontradas demandam manejo precoce dos serviços de saúde e uma resposta planejada para diminuir os riscos em relação aos grupos identificados como vulneráveis.

 



Palavras-chaves:  Acidentes por serpentes, Epidemiologia, Fatores de risco, Negligência, Retardo