AÇÕES PREVENTIVAS CONTRA IST'S PARA POPULAÇÃO CAMPESINA: EXPERIÊNCIA EM UM ASSENTAMENTO RURAL |
As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), são doenças causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos por meio de contato sexual. Elas acometem atualmente mais de um milhão de pessoas diariamente em todo o mundo. No Brasil, estima-se que cerca de 5 milhões de pessoas tem ou já tiveram contato com essas doenças. Um importante fator que contribui para a transmissão dessas infecções é a falta de informação quanto aos métodos de prevenção, cerca de 45% da população sexualmente ativa no Brasil não usou preservativo nas relações sexuais no último ano. Esse problema atinge comumente pessoas de todos os níveis sociais, mas em maior número, a população que não tem acesso à informação como trabalhadores rurais de assentamentos. Os assentamentos rurais são considerados locais de luta por direitos. No entanto, por pertencerem a áreas geralmente de pouca assistência do serviço de saúde o direito à saúde é negligenciado pela ineficiente abrangência de políticas públicas contra doenças sexualmente transmissíveis e de planejamento familiar, as quais constituem fatores importantes que agravam as condições de saúde nesses locais. Além disso, a falta de informação e as barreiras culturais são desafios que precisam ser superados para garantir a universalidade do direito à saúde para essas pessoas. Objetivou-se relatar as experiências da ação de educação em saúde realizado no assentamento rural do MST, Luiza Ferreira. Trata-se de relato de experiência, desenvolvido no assentamento Luiza Ferreira em São Lourenço da Mata – PE, no segundo semestre de 2016, com 52 agricultores assentados, sendo 38 mulheres e 14 homens. Realizou-se ações de educação em saúde sobre as formas de prevenção das IST's, bem como a distribuição de camisinhas masculinas e femininas, em conjunto, com a secretaria municipal de saúde, foram realizados testes rápidos de HIV, sífilis, hepatite B e C, identificando dois casos de sífilis e um de hepatite B, sendo encaminhados para a Rede de Atenção Primaria à Saúde do município e para o Hospital Universitário Oswaldo Cruz, respectivamente. Por meio das ações de saúde desenvolvidas de forma interativa e cooperativa, foi-se possível abranger três princípios da Política Nacional de Educação Popular em Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde que são, diálogo, problematização e construção compartilhada do conhecimento, rompendo-se com o binômio saúde-doença dos cuidados a saúde. |