PERFIL SOROLÓGICO PARA TOXOPLASMOSE ENTRE GESTANTES ATENDIDAS EM UM LABORATÓRIO CLÍNICO
RAQUEL COSTA E SILVA1, KARLA GOMES CUNHA 1, TÚLIO CHAVES MENDES1, JANIELE SILVA MARINHO DE ARAÚJO1, ANA KAROLINE GOUVEIA RAFAEL1, MONICA ANDRADE DOS SANTOS1, JOSIMAR DOS SANTOS MEDEIROS1
1. UEPB - UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAIBA
karla.gomes.c@hotmail.com

O Toxoplasma gondii é um protozoário de distribuição geográfica mundial, com alta prevalência sorológica. Os surtos de toxoplasmose na população humana estão intrinsecamente relacionados ao consumo de carne mal cozida, verduras e água contaminadas com oocistos eliminados nas fezes dos hospedeiros definitivos (gatos e outros felinos), leite não pasteurizado, ovos, contaminação por transplantes e transfusão sanguínea. Os casos mais graves estão relacionados a infecções em imunodeprimidos e mulheres grávidas, pois neste caso o parasito poderá invadir os tecidos do feto através da placenta e gerar lesões severas tais como hidrocefalia, calcificações cerebrais, retinocoroidite ou mesmo a morte dos fetos infectados. As lesões fetais variam conforme o período da gestação, sendo mais graves no primeiro trimestre. O objetivo deste trabalho foi analisar o perfil sorológico relacionado ao Toxoplasma gondii entre gestantes atendidas em um laboratório de análises clínicas na cidade de Campina Grande-PB, no ano de 2016. A pesquisa realizada teve caráter transversal, com análise de dados quantitativos obtidos dos protocolos das pacientes. Obteve-se um total de 473 mulheres que realizaram os exames, sendo que 194 apresentaram resultado positivo para esta parasitose, resultado em 41,0% de prevalência, enquanto que 59,0% (n=279) apresentaram resultado negativo. Das 194 pacientes infectadas, 91,8% (n=178) tinham apenas o anticorpo da classe IgG positivo, indicando que tiveram um contato prévio com o Toxoplasma gondii há muitos meses, talvez anos, e já possuem uma efetiva imunidade. Por outro lado, 2,5% (n=5) apresentaram apenas o anticorpo IgM positivo, o que indica uma infecção aguda, com grandes chances de transmissão transplacentária para o feto. Estas gestantes necessitam de um acompanhamento mais efetivo e, quando possível, o início de terapêutica específica. Outras 11 gestantes (5,7%) apresentaram positividade tanto para IgG quanto para IgM, o que indica uma infecção aguda, mas já com o início de uma fase crônica. Neste caso, deve-se realizar um exame que avalie a afinidade dos anticorpos IgG pelo parasita: o teste de avidez de IgG para toxoplasmose. A prevalência de toxoplasmose encontrada neste estudo foi similar à descrita por diversos autores, não apresentando variações significativas. É de extrema importância o correto manuseio dos alimentos e sempre evitar o contato direto com as fezes de gatos.



Palavras-chaves:  Toxoplasma gondii, Zoonose, Saúde Pública