PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA NO ESTADO DE ALAGOAS – BRASIL, 2007 A 2017
LYCIA GAMA MARTINS 1,3,5, MATHEUS SOARES BARACHO RAMOS1,3,5, RENATA VASCONCELOS DE CARVALHO1,3,5, CLAUDIO JOSÉ DOS SANTOS JÚNIOR1,3,5, THALLYTA MARIA TAVARES ANTUNES 1,3,5, LUIZ FERNANDO DE ANDRADE MAIA1,3,5, ANDRÉ FERNANDO DE OLIVEIRA FERMOSELI1,3,5
1. FAMED/UFAL - Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Alagoas, 2. UNIT - Centro Universitário Tiradentes, 3. HEHA - Hospital Escola Dr. Hélvio Auto, 4. UNCISAL - Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, 5. LINFECTO - Liga Acadêmica de Infectologia da UNCISAL
lyciagamam@gmail.com

A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) consiste em uma doença infecciosa causada por protozoários do gênero Leishmania sp., que acomete pele e mucosas. Sua transmissão ocorre por meio da picada de insetos, em especial os Flebotomíneos. É uma infecção primariamente zoonótica, afetando outros animais, e o ser humano pode ser envolvido secundariamente. A LTA é um grave problema de saúde em vários países, especialmente no Brasil. Nesse sentido, torna-se essencial a análise do perfil epidemiológico dos casos de LTA no estado de Alagoas, com o intuito de compreender sua prevalência e caracterizar suas consequências no contexto da saúde pública e alinhar as possíveis medidas de controle por parte dos órgãos públicos. Trata-se de um estudo observacional transversal em que se realizou uma análise epidemiológica retrospectiva dos casos Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) atendidos no centro de referência para atendimento deste agravo de saúde em Alagoas (Hospital Escola Hélvio Auto - HEHA), notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação/SINAN e disponibilizados através da plataforma TabWin- DATASUS, correspondente ao período de 01 de janeiro de 2007 a 31 de dezembro de 2017. Foram notificados 309 casos de Leishmaniose Tegumentar Americana no período de 2007 a 2017. O pico de incidência da doença ocorreu em 2008, correspondendo a 16 % da série histórica. Ao analisar a faixa etária denota-se uma maior concentração de 15 a 44 anos, correspondendo a 49% dos casos, acometendo de forma predominante a população economicamente ativa, sendo os homens os mais acometidos, 70% dos casos. A infecção por esta doença ocorre majoritariamente em pacientes com baixa escolaridade, 21% são analfabetos, 55% possuem ensino fundamental incompleto. O tratamento evoluiu para cura em 89% dos pacientes analisados, havendo óbito por LTA em menos de 0,1 % dos casos. A infecção por HIV foi marcada como ignorado em 74% dos casos analisados, mesmo sendo um dado de extrema importância para o controle epidemiológico. A forma clínica predominante foi a cutânea correspondendo a 93% do total. Apesar de o número de casos de LTA em Alagoas ter diminuído nos últimos anos, a doença permanece endêmica nas regiões menos desenvolvidas do estado, causando grande prejuízo funcional a estes pacientes. Ressalta-se a necessidade de divulgar as medidas de prevenção e ações de promoção de saúde, visando um melhor tratamento e cura dessa população.



Palavras-chaves:  Leishmaniose Tegumentar Americana, Epidemiologia, Saúde Pública, Alagoas