ESTUDO RETROSPECTIVO DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ACIDENTES ESCORPIÔNICOS NO ESTADO DE ALAGOAS – BRASIL NO PERÍODO DE 2007 A 2017
LYCIA GAMA MARTINS 1, JAMILE TANIELE-SILVA1, MARÍLIA BARROSO DE SOUSA1, LETÍCIA MOREIRA DE SOUZA1, RODOLFO MATHIAS BARROS CARDOSO1, LETÍCIA ANDERSON1, ADRIANA ÁVILA MOURA1, ÊNIO JOSÉ BASSI1
1. LAPEVI/ICBS/UFAL - Laboratório de Pesquisas em Virologia e Imunologia, Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Alagoas, 2. FAMED/UFAL - Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Alagoas, 3. CESMAC - Centro Universitário CESMAC, 4. HEHA - Hospital de Doenças Tropicais Dr. Hélvio Auto
lyciagamam@gmail.com

Os acidentes com escorpiões possuem elevada incidência em todo o Brasil consistindo em um importante problema de saúde pública devido a sua potencial gravidade. No Brasil, a maior frequência de acidentes com escorpião no período de 2000 a 2012 foi reportada na região Nordeste (48% dos casos), sendo Alagoas o estado que apresentou a maior média da taxa de incidência anual (105,9 casos/100.000 habitantes). O objetivo deste trabalho consistiu em realizar uma análise epidemiológica retrospectiva dos casos de acidentes por escorpião atendidos no centro de referência para atendimento deste agravo de saúde em Alagoas (Hospital Escola Hélvio Auto-HEHA) e notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação/SINAN, correspondente ao período de 01 de janeiro de 2007 a 31 de dezembro de 2017. No período de 2007 a 2017 foram notificados 28.019 casos de acidentes por escorpião no HEHA sendo o maior número de casos registrados no ano de 2014 (3.338 casos). As taxas de incidência/100.000 habitantes nos anos de 2010 e 2017 foram de 66,30 e 80,80, respectivamente, considerando somente este centro de referência investigado, evidenciando assim uma alta taxa de incidência na população alagoana. Os municípios de Maceió (n = 26.387), Rio Largo (n = 290), Marechal Deodoro (n = 288), Pilar (n =85) e Satuba (n= 79) apresentaram o maior número absoluto de casos no período analisado. A zona urbana apresentou maior número de notificações (94,7%), mantendo uma maior frequência ao longo dos 10 anos investigados. Com relação a distribuição entre os sexos, 61,82% (17.321) dos casos foram do sexo feminino e 38,18% (10.698) do sexo masculino, sendo esta diferença estatisticamente significativa. O maior número de casos ocorreu em indivíduos com idade entre 20 e 29 anos. Neste estudo, os casos classificados como leves foram predominantes em todas as faixas etárias sendo os casos graves mais frequentes em crianças, principalmente na faixa etária de 1 a 4 anos (59,18% do total de casos graves registrados). Assim, este estudo mostrou que nos últimos 10 anos a população da zona urbana, do sexo feminino pertencente à faixa etária de 20 a 29 anos foi a mais acometida por acidentes por escorpião no estado de Alagoas. Estas informações contribuem para ações de políticas públicas voltadas à prevenção e tratamento deste importante problema de saúde pública no Estado.



Palavras-chaves:  Escorpiões, Epidemiologia, Saúde Pública, Alagoas