ANÁLISE ESPACIAL DOS CASOS NOVOS E ÁREAS DE RISCO DE HANSENÍASE EM UM ESTADO HIPERENDÊMICO NO NORDESTE DO BRASIL
CELIVANE CAVALCANTI BARBOSA 1,3, CRISTINE VIEIRA DO BONFIM 1,3, CINTIA MICHELE GONDIM DE BRITO 1,3, ANDREA TORRES FERREIRA1,3, VERA REJANE DO NASCIMENTO GREGORIO1,3, JOSÉ LUIZ PORTUGAL 1,3, ANDRÉ LUIZ SÁ DE OLIVEIRA 1,3, ZULMA MARIA DE MEDEIROS1,3
1. IAM/FIOCRUZ-PE - Instituto Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz (PE), 2. FUNDAJ - Fundação Joaquim Nabuco, 3. I GERES/SES-PE - I Regional de Saúde da Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, 4. UPE - Universidade de Pernambuco, 5. UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
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A distribuição espacial da hanseníase é um importante instrumento para a epidemiologia, auxiliando na compreensão da dinâmica de transmissão e na identificação de áreas prioritárias. Dessa forma, esta pesquisa objetiva analisar a distribuição espacial dos casos novos de hanseníase, os indicadores de monitoramento e identificar as áreas de risco em um estado hiprendêmico no Nordeste do Brasil. Trata-se de um estudo ecológico, utilizando os municípios como unidade de análise. Foram obtidos dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) referentes aos casos novos de hanseníase residentes no estado de Pernambuco, entre 2005 e 2014. Foram calculados os indicadores de monitoramento de hanseníase por 100 mil habitantes. O método bayesiano empírico local foi utilizado para minimizar a variabilidade das taxas e na análise do padrão espacial foi utilizado os mapas de autocorrelação espacial (Box Map e Moran Map). Foram registrados 28.895 casos novos no período do estudo. A taxa média de detecção foi 21,88/100.000, o índice Moran Global I foi de 0,36 (p<0,01) apontando a existência de dependência espacial e o Moran Map identificou 20 municípios com alta prioridade de atenção. A taxa média de detecção em menores de 15 anos foi 8,78/100.000, o índice de Moran Global I expressou a presença de autocorrelação espacial positiva (0,43; p<0,01) e o Moran Map mostra um cluster principal de 15 municípios hiperendêmicos. A taxa média de grau 2 de incapacidade física no momento do diagnóstico foi 1,12/100.000, o Moran Global I apresentou associação espacial positiva (0,17; p<0,01) e no Moran Map localizou clusters de municípios (alto-alto) em três mesorregiões. O padrão de distribuição espacial dos casos novos de hanseníase mostrou heterogeneidade espacial significativa e identificou aglomerados de municípios com alto risco para ocorrência, transmissão ativa e diagnóstico tardio da doença. Portanto, os indicadores avaliados apontaram os municípios prioritários para intervenções, no entanto, ao utilizar as ferramentas de análise espacial verificou-se um número maior de municípios com necessidade de intervenção.



Palavras-chaves:  Doenças Negligenciadas, Hanseníase, Epidemiologia, Sistema de Informação em Saúde, Análise Espacial