ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO SOBRE A PREVALÊNCIA DE INFECÇÃO PELO HPV NO NORDESTE BRASILEIRO.
DANIELLE KARLA ALVES FEITOSA 1, ALYNE SUELLEN SILVA PEDROSA1, ISIS HOLANDA PINHEIRO VILELA1, RODRIGO CARVALHO DE OLIVEIRA MACEDO1
1. UNIT - Centro Universitário Tiradentes
danielleisjc@hotmail.com

Estima-se que cerca de 15% de todos os casos de cânceres em humanos sejam causados por infecções virais, sendo que 5%, dentre eles, os de colo uterino, pênis, vulva, canal anal e orofaringe, podem ser atribuídos a infecções pelo Papilomavírus Humano (HPV). Este trabalho teve por objetivo avaliar epidemiologicamente a prevalência de infecção pelo HPV no Nordeste Brasileiro. Trata-se de um estudo ecológico, descritivo e observacional na qual foram utilizados dados preliminares do estudo de prevalência do Papilomavírus no Brasil, estudo POP-Brasil, publicado em novembro de 2017. Este estudo perfez um total de 7.586 indivíduos de 26 estados e Distrito Federal, com idades entre 16 a 25 anos, com vida sexual ativa. A partir deste, foram avaliadas as seguintes variáveis na Região Nordeste: número de participantes da pesquisa, entre estes, número dos que fumam, utilizam bebidas alcóolicas, drogas, uso regular de preservativos, gravidez anterior, número dos que apresentaram HPV, HPV de alto risco e infecções múltiplas, definido como a presença de mais de um tipo de HPV na mesma amostra. Participaram da pesquisa no Nordeste 2.161 pessoas, em todas as 9 capitais, entre estes os que fumam representam 10,8%, fazem usem de bebidas alcóolicas 75,5%, drogas 23,8%, uso regular de preservativos 48,1% e gravidez anterior 48,6%. Dos 2161 que participaram da pesquisa, 52,2% apresentavam HPV, 43,2% HPV de alto risco e 35,4% infecções múltiplas. Observou-se que mais da metade dos participantes apresentaram a infecção pelo vírus no Nordeste, número considerado grande, visto que a pesquisa foi realizada apenas nas capitais nordestinas e que esse número é ainda maior se considerarmos os valores gerais de todos os estados. Ademais, verificou-se entre os participantes, um comportamento de risco, visto que número elevado fazem uso de bebidas alcoólicas e drogas e menos da metade faz uso regular de preservativo, estando vulneráveis ao vírus e a chance de adquirem infecções múltiplas e com HPV de alto risco. Por fim, são necessários mais estudos de abrangência nacional e regional como este, para se avaliar a prevalência do HPV, e que visem contribuir para a avaliação da efetividade da vacinação dos pacientes, bem como auxiliar gestores no planejamento de estratégias e políticas públicas para a redução da incidência de cânceres associados ao HPV, bem como de conscientização quanto a comportamentos e práticas sexuais de risco.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Infecção, Nordeste, Papilomavírus , vírus