ESPECTRO DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO BRASIL DE 2012-2017
DANIELLE KARLA ALVES FEITOSA1, ISIS HOLANDA PINHEIRO VILELA1, ALYNE SUELLEN SILVA PEDROSA1, RODRIGO CARVALHO DE OLIVEIRA MACEDO1, KAMILLA PEIXOTO BANDEIRA1
1. UNIT - Centro Universitário Tiradentes
danielleisjc@hotmail.com

As leishmanioses são consideradas primariamente como uma zoonose podendo acometer o homem, quando este entra em contato com o ciclo de transmissão do parasito, transformando-se em uma antropozoonose. A leishmaniose visceral (LV) por sua vez, dada a sua incidência e alta letalidade, principalmente em indivíduos não tratados e crianças desnutridas, é também considerada emergente em indivíduos portadores da infecção pelo vírus da imunodeficiência adquirida (HIV), tornando-se uma das doenças mais importantes da atualidade. É considerada problema de saúde pública no Brasil, em especial, na região Nordeste. Este estudo teve por objetivo avaliar epidemiologicamente os casos de Leishmaniose Visceral no Brasil no período de 2012-2017 . Trata-se de um estudo ecológico, transversal e quantitativo na qual foram utilizados dados fornecidos pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), no período de 2012 a 2017, utilizando-se as seguintes variáveis: número de casos confirmados por região de residência, sexo, faixa etária, coinfecção HIV, tipo de entrada e evolução. No ano descrito ocorreram 21.524 casos de LV, sendo a região Nordeste responsável por aproximadamente 55,5% dos casos (n=11.928). Do total 19.564 são casos novos, 1073 recidiva da doença e 412, transferência. Do ano de 2012 para 2017 houve um aumento de 26,9% de casos novos. A doença acomete mais homens (64,8%) do que mulheres (35,1%). Existem dois picos de idade acometidas pela doença, 1-4 anos (5257), e 20-39 anos (4907). Quanto a coinfecção com HIV, foram verificados 1981 casos positivos, embora 5116 foram classificados como ignorados/brancos. Quanto a evolução, 14.945 pacientes evoluíram para cura, 154 abandonaram tratamento, e 1534 foram a óbito. A LV, é considerada uma doença negligenciada, e os números são considerados elevados no país, sendo necessário um controle mais rigoroso da doença. As medidas de controle, por sua vez, deverão ser distintas e adequadas para cada área a ser trabalhada. Por fim, em vista deste espectro da doença no país, é de fundamental importância que as medidas usualmente empregadas no controle da doença sejam realizadas de forma integrada, para que possam ser efetivas.



Palavras-chaves:  Brasil, Epidemiologia , Leishmaniose, Leishmaniose visceral, Saúde Pública