PANORAMA DA HANSENÍASE NO NORDESTE BRASILEIRO DE 2014-2017 |
A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, cujo agente etiológico é o Mycobacterium leprae (M. Leprae). A doença acomete principalmente pele e nervos periféricos, podendo levar a sérias incapacidades físicas. No Brasil, é considerada importante problema de saúde pública. Este estudo teve por objetivo avaliar epidemiologicamente os casos de Hanseníase na Região Nordeste do Brasil no período de 2014-2016 e dados preliminares de 2017. Trata-se de um estudo ecológico, transversal e quantitativo em que foram utilizados dados fornecidos pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), no período de 2014 a 2017, utilizando-se as seguintes variáveis: número de casos, pacientes em tratamento, total de curados, sexo, faixa etária, tipo da doença, modo de entrada, número de lesões cutâneas, nervos afetados e forma clínica. No período analisado ocorreram 65.391 casos, com um aumento de 25,17% de 2015 para 2016 e queda de 22,7% de 2016 para 2017. Destes 53.649 são casos novos e 3053 são recidivas da doença. 34.008 pacientes estão em tratamento, e 15.125 curados. Existe um predomínio de 35.980 casos no sexo masculino, e 29.406 no sexo feminino, os demais são ignorados e brancos. Quanto a faixa etária, existe um pico dos 35-49 anos, com 17.490 casos. Em relação ao tipo da doença 20.326 são da forma paucibacilar, 45.049 multibacilar e 16 ignorados. Quanto as lesões cutâneas e nervos afetados, existe uma escassez de informações, havendo um predomínio de 2-5 lesões cutâneas, com 20. 668, e menor ou igual a 5 nervos afetados, com 15.700. Porém, destes, 36.317 são ignorados para lesões cutâneas, e 48.516 para nervos afetados. Ademais, quanto à forma clínica da doença, há um predomínio da forma Dismorfa, com 19. 781 casos. Observa-se que os números, no período analisado ainda são exorbitantes para a região Nordeste, e que podem ser ainda maiores, visto que temos o problema da subnotificação. Ademais, as informações clínicas quanto ao número de lesões cutâneas e nervos afetados são escassas, exigindo um maior comprometimento do profissional de saúde quanto a descrição destes aspectos. Apesar de todos os avanços quanto ao diagnóstico e terapêutica, a hanseníase, ainda é considerada uma doença negligenciada, sendo necessário mais estudos epidemiológicos que visem orientar estratégias e políticas de saúde na promoção de prevenção primária e secundária da doença. |