PANORAMA DA HANSENÍASE NO NORDESTE BRASILEIRO DE 2014-2017
DANIELLE KARLA ALVES FEITOSA 1, ALYNE SUELLEN SILVA PEDROSA1, ISIS HOLANDA PINHEIRO VILELA1, RODRIGO CARVALHO DE OLIVEIRA MACEDO1, KAMILLA PEIXOTO BANDEIRA 1, JOÃO ANCELMO DOS REIS NETO1, JAIANE MARIA DE BRITO NOBRE 1, CHRISTIANE LIMA MESSIAS1, MATHEUS SOARES BARACHO RAMOS 1
1. UNIT - Centro Universitário Tiradentes, 2. CESMAC - Centro Universitário Cesmac
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A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, cujo agente etiológico é o Mycobacterium leprae (M. Leprae). A doença acomete principalmente pele e nervos periféricos, podendo levar a sérias incapacidades físicas. No Brasil, é considerada importante problema de saúde pública. Este estudo teve por objetivo avaliar epidemiologicamente os casos de Hanseníase na Região Nordeste do Brasil no período de 2014-2016 e dados preliminares de 2017. Trata-se de um estudo ecológico, transversal e quantitativo em que foram utilizados dados fornecidos pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), no período de 2014 a 2017, utilizando-se as seguintes variáveis: número de casos, pacientes em tratamento, total de curados, sexo, faixa etária, tipo da doença, modo de entrada, número de lesões cutâneas, nervos afetados e forma clínica. No período analisado ocorreram 65.391 casos, com um aumento de 25,17% de 2015 para 2016 e queda de 22,7% de 2016 para 2017. Destes 53.649 são casos novos e 3053 são recidivas da doença. 34.008 pacientes estão em tratamento, e 15.125 curados. Existe um predomínio de 35.980 casos no sexo masculino, e 29.406 no sexo feminino, os demais são ignorados e brancos. Quanto a faixa etária, existe um pico dos 35-49 anos, com 17.490 casos. Em relação ao tipo da doença 20.326 são da forma paucibacilar, 45.049 multibacilar e 16 ignorados. Quanto as lesões cutâneas e nervos afetados, existe uma escassez de informações, havendo um predomínio de 2-5 lesões cutâneas, com 20. 668, e menor ou igual a 5 nervos afetados, com 15.700. Porém, destes, 36.317 são ignorados para lesões cutâneas, e 48.516 para nervos afetados. Ademais, quanto à forma clínica da doença, há um predomínio da forma Dismorfa, com 19. 781 casos. Observa-se que os números, no período analisado ainda são exorbitantes para a região Nordeste, e que podem ser ainda maiores, visto que temos o problema da subnotificação. Ademais, as informações clínicas quanto ao número de lesões cutâneas e nervos afetados são escassas, exigindo um maior comprometimento do profissional de saúde quanto a descrição destes aspectos. Apesar de todos os avanços quanto ao diagnóstico e terapêutica, a hanseníase, ainda é considerada uma doença negligenciada, sendo necessário mais estudos epidemiológicos que visem orientar estratégias e políticas de saúde na promoção de prevenção primária e secundária da doença.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Hanseníase, Infecção , Nordeste, Saúde Pública