INFECÇÃO VIRAL CULMINANDO COM QUADRO DE CETOACIDOSE DIABÉTICA E DIABETES MELLITUS TIPO 1: RELATO DE CASO
DANIELLE KARLA ALVES FEITOSA 1, ALYNE SUELLEN SILVA PEDROSA1, ISIS HOLANDA PINHEIRO VILELA 1, BENIGNA FORTES CAVALCANTI DE MACÊDO 1
1. UNIT - Centro Universitário Tiradentes
danielleisjc@hotmail.com

O diabetes tipo 1 (DM1) é uma doença autoimune órgão-específica causada por alteração da tolerância imunológica a proteínas específicas, levando à destruição seletiva de células beta produtoras de insulina em indivíduos geneticamente predispostos. Embora a etiopatogenia do DM1 permaneça pouco esclarecida, as infecções por vírus estão sendo cada vez mais implicadas no seu desenvolvimento com base em estudos epidemiológicos, clínicos, in vitro baseados em células, moleculares, e em modelos animais. Este trabalho teve por objetivo apresentar um relato de caso de uma paciente adulta jovem que desenvolveu DM1 rapidamente progressivo, após um quadro agudo de infecção viral. Paciente D.K.A.F, 20 anos, sexo feminino, apresentou no início de dezembro de 2017 quadro viral, com sintomas de faringite, espirros, prostração, evoluindo com febre, rouquidão severa e muita coriza. Foi tratada com os seguintes sintomáticos: paracetamol, dipirona, e vitamina C. Após 1 semana, iniciou quadro de poliúria, polidipsia e polifagia, bem como perda de peso, cerca de 8 kg no período, que culminou no final de janeiro de 2018, com quadro de constipação severa por mais de 1 semana, vômitos, náuseas, fortes dores abdominais e retroesternal, falta de ar, e palpitações. Sendo então diagnosticada cetoacidose diabética grave com acidose metabólica e alcalose respiratória, sendo internada em Unidade de Terapia Intensiva, por 3 dias, e mais 1 semana em enfermaria. Recebeu então diagnóstico de DM1, onde vem fazendo o controle com análogos de insulina, esquema basal-bolos. Apesar de a etiopatogenia do DM1 ser pouco esclarecida, diversos estudos apontam que vários vírus são claramente capazes de modular o desenvolvimento de DM1 através de diferentes mecanismos, incluindo a lise direta de células beta, ativação de células T autorreativas, perda de células T reguladoras e mimetismo molecular. A concordância entre gêmeos monozigóticos para DM1 é inferior a 40%, e a observação de que a incidência em crianças migrantes reflete a de seu país adotivo, fornecem evidências circunstanciais de que os agente ambientais contribuem para a doença. As correlações entre o DM1 e a ocorrência de infecção viral prévia ainda são difíceis de se provar em humanos, sendo necessários e studos maiores com grandes amostragens e estudos de patogênese para estabelecer mais claramente uma ligação etiológica.

 



Palavras-chaves:  cetoacidose diabética, diabetes mellitus tipo 1, infecção, relato de caso, vírus