PERFIL DOS COORDENADORES DE GRUPOS DE APOIO AO AUTOCUIDADO EM HANSENÍASE |
Os grupos de apoio ao autocuidado em hanseníase são fundamentais para a manutenção da saúde, principalmente no perfil de doenças negligenciadas, sendo imprescindível a necessidade dos coordenadores dos grupos, onde são facilitadores do processo grupal. Este estudo tem como objetivo analisar o perfil dos coordenadores de Grupos de Autocuidado (GAC) em hanseníase. Estudo de caráter qualitativo, descritivo, realizado em 08 grupos de autocuidado da região metropolitana do Recife, no período de fevereiro a dezembro de 2017. Os dados foram coletados através da observação sistemática, e registrados em diários de campo. Foi realizada análise de conteúdo considerando o perfil de coordenador estabelecido pelo Ministério da Saúde e o referencial de atributos desejáveis para o bom desempenho dos coordenadores de grupos. Observou-se que, apesar da multiprofissionalidade encontrada entre os coordenadores dos grupos, os perfis são bastante similares quanto a uma participação ativa e organização das atividades realizadas nos grupos. No entanto, foi observado, em alguns coordenadores, a falta de interesse quanto ao planejamento de atividades e acompanhamento do desenvolvimento do grupo. Outro ponto, foi o não monitoramento da evolução dos participantes e a não realização de relatórios das atividades diárias, impossibilitando uma investigação aprofundada e esquematizada do desenvolvimento grupal. Por fim, observou-se, nos grupos onde existia mais de um coordenador, que não havia uma divisão clara de tarefas, tornando um coordenador mais sobrecarregado em comparação com o outro. Desta forma, os perfis dos coordenadores estão intimamente ligados a evolução dos grupos, sendo o acompanhamento e monitoração do desenvolvimento dos participantes imprescindível para o melhor aproveitamento das atividades. Portanto, o coordenador deve trabalhar juntamente com os participantes dos grupos e com o segundo coordenador, se esse existir, elaborando atividades ligadas à temática do grupo e maneiras de melhor manter os participantes ativos, sempre tendo um olhar crítico à linguagem verbal e não-verbal dos participantes. |