PERCEPÇÃO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE ACERCA DAS SUAS HABILIDADES EM PREVENÇÃO DE INCAPACIDADES EM HANSENÍASE
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O tropismo neural do Mycobacterium leprae associado ao tratamento tardio ou ausente, torna a hanseníase uma doença potencialmente incapacitante. Para a realização da Prevenção de Incapacidades (PI), os profissionais de saúde precisam estar capacitados para diagnosticar e tratar precocemente lesões neurais, a fim de evitar danos. Este estudo teve como objetivo conhecer a percepção individual de profissionais de saúde em relação às suas habilidades em Prevenção de Incapacidades (PI); Tratou-se de um estudo quantitativo descritivo, realizado em fevereiro de 2017, na capacitação de profissionais de saúde em prevenção de incapacidades em hanseníase promovida pelo Grupo de Pesquisa e Extensão sobre Cuidado, Práticas Sociais e Direito à Saúde das Populações Vulneráveis (GRUPEV). Foi utilizado o questionário autoaplicável de habilidades básicas do manual do curso nacional de prevenção de incapacidades em hanseníase, onde a coleta de dados ocorreu antes de iniciar o curso, e os dados foram tabulados no excel e analisados à luz da literatura de referência. Participaram 15 profissionais, que responderam questões relacionadas à: 1) habilidades básicas, onde: 87% afirmaram saber examinar os membros inferiores e superiores através da fala do paciente e 33% realizando a palpação do nervo. 2) tratamento, onde referiram: 68% não saber tratar estados de neurite através de imobilizações, 6% saber tratar úlceras por desbridamento, enquanto 93% afirmaram saber tratar os pés e mãos, através da hidratação e lubrificação.3) organização dos serviços: 33% reconhece saber programar o material básico para atividades de PI, planejando e justificando o que foi solicitado e acompanhando sua utilização, enquanto 27% não sabem encaminhar a solicitação de materiais. O Ministério da Saúde ressalta que o monitoramento neural frequente, orientações/educação em saúde, exercícios e órteses são elementares na assistência a pessoas acometidas pela doença. Nos resultados obtidos, observou-se baixa instrução em relação a importantes temáticas, abordadas inclusive, nos Manuais de PI e de Reabilitação em Hanseníase. Isso evidencia lacunas que precisam ser preenchidas com uma organização eficaz na assistência em relação ao prevenir, buscando o aperfeiçoamento das habilidades preexistente e capacitações periódicas. Considera-se ainda que maiores investimentos na educação continuada na hanseníase beneficiaram tanto pacientes como o sistema de saúde, prevenindo danos. |