PERCEPÇÃO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE ACERCA DAS SUAS HABILIDADES EM PREVENÇÃO DE INCAPACIDADES EM HANSENÍASE
MARIA FERNANDA FRANCO DOMINGUES1, DANIELLE CHRISTINE MOURA DOS SANTOS1, RAPHAELA DELMONDES DO NASCIMENTO1, STEPHANIE STEREMBERG PIRES D’AZEVEDO1, MARIZE CONCEIÇÃO VENTIN LIMA1
1. FENSG/ UPE - Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças/ Universidade de Pernambuco, 2. UEPB - Universidade Estadual da Paraíba
maria_domingues@hotmail.com

O tropismo neural do Mycobacterium leprae associado ao tratamento tardio ou ausente, torna a hanseníase uma doença potencialmente incapacitante. Para a realização da Prevenção de Incapacidades (PI), os profissionais de saúde precisam estar capacitados para diagnosticar e tratar precocemente lesões neurais, a fim de evitar danos. Este estudo teve como objetivo conhecer a percepção individual de profissionais de saúde em relação às suas habilidades em Prevenção de Incapacidades (PI); Tratou-se de um estudo quantitativo descritivo, realizado em fevereiro de 2017, na capacitação de profissionais de saúde em prevenção de incapacidades em hanseníase promovida pelo Grupo de Pesquisa e Extensão sobre Cuidado, Práticas Sociais e Direito à Saúde das Populações Vulneráveis (GRUPEV). Foi utilizado o questionário autoaplicável de habilidades básicas do manual do curso nacional de prevenção de incapacidades em hanseníase, onde a coleta de dados ocorreu antes de iniciar o curso, e os dados foram tabulados no excel e analisados à luz da literatura de referência. Participaram 15 profissionais, que responderam questões relacionadas à: 1) habilidades básicas, onde: 87% afirmaram saber examinar os membros inferiores e superiores através da fala do paciente e 33% realizando a palpação do nervo. 2) tratamento, onde referiram: 68% não saber tratar estados de neurite através de imobilizações, 6% saber tratar úlceras por desbridamento, enquanto 93% afirmaram saber tratar os pés e mãos, através da hidratação e lubrificação.3) organização dos serviços: 33% reconhece saber programar o material básico para atividades de PI, planejando e justificando o que foi solicitado e acompanhando sua utilização, enquanto 27% não sabem encaminhar a solicitação de materiais. O Ministério da Saúde ressalta que o monitoramento neural frequente, orientações/educação em saúde, exercícios e órteses são elementares na assistência a pessoas acometidas pela doença. Nos resultados obtidos, observou-se baixa instrução em relação a importantes temáticas, abordadas inclusive, nos Manuais de PI e de Reabilitação em Hanseníase. Isso evidencia lacunas que precisam ser preenchidas com uma organização eficaz na assistência em relação ao prevenir, buscando o aperfeiçoamento das habilidades preexistente e capacitações periódicas. Considera-se ainda que maiores investimentos na educação continuada na hanseníase beneficiaram tanto pacientes como o sistema de saúde, prevenindo danos.



Palavras-chaves:  Hanseníase, Incapacidades, Prevenção secundária