PERFIL DA POPULAÇÃO ACOMETIDA PELA TUBERCULOSE EM ALAGOAS DE 2010 A 2016 |
A tuberculose (TB) é a doença infecciosa que mais mata no mundo, superando as mortes causadas por HIV e a malária juntos. A propagação da doença está relacionada com as condições de vida das populações, incluindo acesso aos serviços de saúde, aglomerações humanas, precárias condições de infraestrutura e saneamento, associação com outras doenças infectocontagiosas e acesso precário ao tratamento disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo desse estudo foi analisar o perfil dos casos de TB no estado de Alagoas no ano de 2010 a 2016. Trata-se de um estudo quantitativo descritivo, recorte de um informe epidemiológico. Utilizou-se o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e o Departamento de Informática do SUS (DATASUS), realizou-se buscas de casos de TB por sexo, faixa etária, escolaridade e raça no estado de Alagoas entre os anos de 2010 e 2016. Os dados coletados foram inseridos em planilhas através da ferramenta de suporte Excel, sendo organizados em categorias, de acordo com as particularidades pertinentes. Observou-se que a população do sexo masculino foi mais atingida pela doença, tendo havido 5.617 casos, quase o dobro do número de casos que acometeram o sexo feminino (3.313). A faixa etária com maior número de notificação foi de 45 a 54 anos com 3.356 casos. De 0 a 14 houve 279 casos, de 15 a 24 anos 1.500 casos, de 25 a 34 anos notificou-se 2.039 casos, sendo a segunda maior notificação do período, de 55 a 64 houve 1.038 notificações e 65 anos e mais notificou-se 719 casos. Dois casos foram ignorados. Parte significativa dos casos foi ignorado/branco, quanto a escolaridade, totalizando 3.258 casos, seguido de 1.032 analfabetos, e pessoas com o Ensino Fundamental Incompleto (2.842). Com Ensino Fundamental Completo notificou-se 405 casos, seguido de 360 com o Ensino Médio Incompleto e 653 com Ensino Médio Completo. Com educação superior completa e incompleta foram notificados 268 casos. A raça parda foi mais acometida, seguida pela branca, preta e indígena. Os dados citados reafirmam a importância das doenças negligenciadas sobre as populações mais desfavorecidas socioeconomicamente, além de atingir populações específicas, estas doenças perpetuam um ciclo de pobreza, desigualdade e exclusão social, proporcionada por seu estigma. O adoecimento por essas doenças influência diretamente a parcela economicamente ativa da população, reduz a sua produtividade e afeta trabalhador de modo geral. |