Perfil Epidemiológico da Leishmaniose Tegumentar Americana no Nordeste Brasileiro: Estudo Ecológico |
A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma doença infecciosa, não contagiosa, transmitida ao homem pela picada das fêmeas de flebotomíneos infectadas. Este trabalho tem o objetivo de traçar um perfil epidemiológico da LTA no Nordeste brasileiro, tendo em vista que esta é uma das regiões com maiores índices de notificação. Trata-se de um estudo ecológico que usou como campo de análise a região Nordeste do Brasil. Foram coletadas as informações dos casos de LTA notificados no período de 2013 a 2017. A pesquisa foi realizada através de análise de fichas de investigação epidemiológica da LTA, contidas no Sistema de Informação de Agravos Notificáveis (SINAN), disponível no Departamento de Informática do SUS (DATASUS) e da bibliografia disponível referente ao tema. Foram notificados na região um total de 25.271 casos de LTA. O estado da Bahia apresentou o maior número de notificações, com 48,3% do total. O sexo masculino representa 63% e o feminino 37%. Referente à faixa etária, a maior porcentagem está entre 20 e 39 anos, com 33,9%. A raça com maior porcentagem de notificações foi a parda, com 70%. Quanto à escolaridade, 48,7% tem ensino fundamental incompleto e 8,6% são analfabetos. 96% apresentaram a doença na sua forma cutânea e 4% na forma mucosa. A respeito da evolução, a região acumulou um total de 26 óbitos por LTA e apenas 14.120 indivíduos apresentaram cura. Os dados adquiridos sobre a LTA relacionam-se com os estudos de Follador et al., 1999, quanto ao alto número de notificações no estado da Bahia, apresentando o estado como um território onde a doença é endêmica, em função do contato de boa parte da população com atividades agrícolas. O maior acometimento a indivíduos do sexo masculino identificado, corrobora os estudos de Cruz, 2016 e Oliveira, 2012. A faixa etária prevalente identifica-se com os estudos de Albuquerque et al., 2017, justificada pela maior exposição e atividade nessas idades, também detectando que a doença acomete indivíduos com baixa escolaridade, tendo como consequência a dificuldade de acesso à informação. Os achados quanto à forma clínica mais frequente sendo a cutânea, também confirmam os estudos de Oliveira, 2016. Conclui-se que os dados obtidos corroboram a literatura utilizada para embasamento teórico. Assim, para que seja possível designar políticas voltadas para prevenção e controle da LTA no Nordeste, deverão ser considerados os principais aspectos epidemiológicos identificados. |