Perfil Epidemiológico da Leishmaniose Tegumentar Americana no Nordeste Brasileiro: Estudo Ecológico
RAYLLANE SANTOS NUNES 1, MARLLA HÉLLEN DO NASCIMENTO ARAÚJO1, REBECA KAROLLYNE ROLIM RIBEIRO1, BRIDA MAGALHÃES TEIXEIRA MACÊDO1, EDILMAX ARAÚJO MARQUES DOS SANTOS1, ISAAC CARIOCA DE OLIVEIRA1, MARIA GABRIELA CARVALHO BARROSO1, NATÁLIA BITU PINTO1, JÚLIA MILENA FERNANDES DANTAS1
1. UFCG - Universidade Federal de Campina Grande
rayllanesnunes@gmail.com

A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma doença infecciosa, não contagiosa, transmitida ao homem pela picada das fêmeas de flebotomíneos infectadas. Este trabalho tem o objetivo de traçar um perfil epidemiológico da LTA no Nordeste brasileiro, tendo em vista que esta é uma das regiões com maiores índices de notificação. Trata-se de um estudo ecológico que usou como campo de análise a região Nordeste do Brasil. Foram coletadas as informações dos casos de LTA notificados no período de 2013 a 2017. A pesquisa foi realizada através de análise de fichas de investigação epidemiológica da LTA, contidas no Sistema de Informação de Agravos Notificáveis (SINAN), disponível no Departamento de Informática do SUS (DATASUS) e da bibliografia disponível referente ao tema. Foram notificados na região um total de 25.271 casos de LTA. O estado da Bahia apresentou o maior número de notificações, com 48,3% do total. O sexo masculino representa 63% e o feminino 37%. Referente à faixa etária, a maior porcentagem está entre 20 e 39 anos, com 33,9%. A raça com maior porcentagem de notificações foi a parda, com 70%. Quanto à escolaridade, 48,7% tem ensino fundamental incompleto e 8,6% são analfabetos. 96% apresentaram a doença na sua forma cutânea e 4% na forma mucosa. A respeito da evolução, a região acumulou um total de 26 óbitos por LTA e apenas 14.120 indivíduos apresentaram cura. Os dados adquiridos sobre a LTA relacionam-se com os estudos de Follador et al., 1999, quanto ao alto número de notificações no estado da Bahia, apresentando o estado como um território onde a doença é endêmica, em função do contato de boa parte da população com atividades agrícolas. O maior acometimento a indivíduos do sexo masculino identificado, corrobora os estudos de Cruz, 2016 e Oliveira, 2012. A faixa etária prevalente identifica-se com os estudos de Albuquerque et al., 2017, justificada pela maior exposição e atividade nessas idades, também detectando que a doença acomete indivíduos com baixa escolaridade, tendo como consequência a dificuldade de acesso à informação. Os achados quanto à forma clínica mais frequente sendo a cutânea, também confirmam os estudos de Oliveira, 2016. Conclui-se que os dados obtidos corroboram a literatura utilizada para embasamento teórico. Assim, para que seja possível designar políticas voltadas para prevenção e controle da LTA no Nordeste, deverão ser considerados os principais aspectos epidemiológicos identificados.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Leishmaniose Tegumentar Americana, Saúde Pública