ASPECTOS RELACIONADOS COM O ABANDONO NO TRATAMENTO DE TUBERCULOSE NO NORDESTE SEGUNDO DADOS DE NOTIFICAÇÃO
ANNA LUYZA CORREIA DOS SANTOS ALVES 1, CAIO VICTOR OLIVEIRA FERREIRA1, JOÃO VITOR DE OMENA JUCÁ1, BRUNA SILVA LEÃO PRAXEDES1
1. UNIT - AL - Centro Universitário Tiradentes
annaluyzaalves97@gmail.com

A tuberculose, doença infecciosa de caráter epidêmico, ainda é um dos principais problemas de saúde pública do país. Notificou-se, entre 2013 e 2018, cerca de 114 mil casos apenas na Região Nordeste. Contudo, o longo tempo de tratamento, o uso de álcool e outras drogas, a falsa impressão de cura, a modalidade de tratamento aplicado e a presença de comorbidades gera um alto número de casos de abandono, o que é compreendido como a ausência do paciente por mais de 30 dias consecutivos após a data esperada para o retorno à Unidade de Saúde. Essa ruptura acaba por gerar acentuado impacto nos indicadores de incidência, resistência a diversas drogas e aumento na mortalidade. Este trabalho teve como objetivo descrever os aspectos socioeconômicos e clínicos mais relacionados o abandono do tratamento. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo, observacional e transversal, com base nos dados disponibilizados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), de janeiro de 2013 a dezembro de 2018, na Região Nordeste. Entre 2013 e 2018, foram notificados 92.927 casos na região urbana e 15.950 casos na região rural; destes, na região urbana, houve uma taxa de abandono de 10,8%, enquanto que na região rural a taxa de abandono foi de 5,9%. Associado ao alcoolismo, as taxas de abandono passam a ser de 16,4%, enquanto com diabetes, 6%. Dentre as faixas etárias, a que apresenta maior taxa de abandono fica entre 20-39 anos, representando 5,5% do total de casos notificados. Quanto ao sexo, os homens se sobressaem em relação às mulheres, apresentando 72,8% de todos os casos de abandono do tratamento. Por fim, observou-se uma maior taxa de abandono na área urbana em relação a rural, e o sexo masculino é o mais prevalente; além disso, a faixa etária economicamente ativa (20-39 anos) também é a mais acometida. Ao associar-se a comorbidades, a incidência de abandono aumenta bastante entre os alcoólatras. É notória a necessidade de criação de estratégias que visem a adesão desses grupos, como métodos mais eficientes de manutenção do tratamento e maior aproximação das equipes de saúde aos pacientes.



Palavras-chaves:  epidemiologia , notificação compulsória, tuberculose