PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA MENINGITE NO BRASIL NOS ÚLTIMOS 10 ANOS
BRUNA SILVA LEÃO PRAXEDES 1, LEONARDO LOPES FORTES MELRO1, TIAGO FERREIRA ALBUQUERQUE TENÓRIO1, ANNA CAROLINA FERNANDES DE SOUZA VIEIRA1, LUCAS NOVAES BOMFIM1, LÍVIA PEREIRA NUNES BOMFIM1
1. UNIT - Centro Universitário Tiradentes, 2. UFAL - Universidade Federal de Alagoas
brunaapraxedess@gmail.com

A meningite é a inflamação das meninges e pode ser causada por diversos agentes infecciosos - bactérias e vírus -  e eventos pós-traumático. É uma patologia de notificação compulsória e apesar do manejo apropriado da doença e da efetivação de vacinas, ainda provoca relevante morbimortalidade. O objetivo desse trabalho foi analisar o perfil epidemiológico dos casos de meningite nas regiões brasileiras entre 2007 e 2017. Para isso, realizou-se um estudo descritivo a partir da consulta de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Os parâmetros analisados foram região, sexo, faixa etária, etiologia e evolução, obtendo-se um total de 223.006 casos de meningite registrados durante o período de 2007 e 2017. O Sudeste apresenta a maior incidência, com 51,9% dos casos, seguido do Nordeste (19,7%), Sul (19,6%), Centro-Oeste (4,7%) e, por fim, região Norte (3,9%). O número de novos casos decresceu ao longo dos anos, partindo de 29.802 casos em 2007, para 15.247 em 2017. Em relação ao sexo, o masculino prevaleceu, com 59,3% dos casos . Já quanto à faixa etária, observaram-se dois períodos de maior prevalência: 1-4 anos, com 18.9% dos casos e 20-39 anos, com 18,3% dos casos. Além disso, observou-se que 45,3% dos casos possuíam etiologia viral, 31,5% etiologia bacteriana, 16,2% etiologia não especificada, 3,7% de outras etiologias e 1,7% de origem tuberculosa. No que tange à evolução da doença, 80,3%  dos pacientes obtiveram alta, e dentre estes, a meningite viral foi a etiologia mais comum (51,7%). Um total de 12,2% dos pacientes foram a óbito, sendo a principal causa a meningite bacteriana (64,6%). Tais dados corroboram a importância do diagnóstico precoce e tratamento imediato para o bom prognóstico da meningite bacteriana, pois, mesmo consistindo na menor parte dos casos, apresenta elevada letalidade. Em contrapartida, a meningite viral é caracterizada por causar surtos e ser autolimitada, fato que é demonstrado nos dados. Pôde-se perceber ainda uma acentuada redução na quantidade de novos casos ao longo dos anos, apesar dos números permanecerem significativos. Assim, destaca-se a necessidade de estudos mais detalhados acerca dessa epidemiologia, tendo como objetivo a melhora do sistema de saúde em relação à prevenção, diagnóstico e tratamento, objetivando ainda mais a redução desses números.



Palavras-chaves:  meningite, epidemiologia , prevalência