ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA HANSENÍASE NO BRASIL ENTRE 2001 E 2017
BRUNA SILVA LEÃO PRAXEDES 2, TIAGO FERREIRA ALBUQUERQUE TENÓRIO2, ANNA CAROLINA FERNANDES DE SOUZA VIEIRA2, LEONARDO LOPES FORTES MELRO2, CLEIDE FERNANDES VIEIRA2
1. UFAL - Universidade Federal de Alagoas, 2. UNIT - Centro Universitário Tiradentes
brunaapraxedess@gmail.com

A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, causada pelo Mycobacterium leprae e acomete principalmente pele e nervos periféricos resultando em sérias incapacidades físicas. É uma doença de notificação compulsória, que pode acometer ambos os sexos em qualquer idade. Porém, para o desenvolvimento clínico da doença, é necessário um longo período de exposição, manifestando-se apenas em uma pequena parcela da população infectada. Esse trabalho objetiva fazer uma avaliação do perfil epidemiológico da hanseníase no Brasil nos últimos 17 anos. Para isso, realizou-se um estudo descritivo e retrospectivo com base na consulta de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do Sistema de Informação Hospitalar (SIH/SUS) colhidos do DATASUS. Por meio do estudo, observou-se 648.345 novos casos ao longo dos anos. O Nordeste aparece em 1º lugar entre as regiões brasileiras, apresentando 39,7% dos casos, seguido da região Norte (20,3%), Sudeste (18,7%), Centro-Oeste (16,5%) e, por fim, região Sul (4%). De 2001 a 2003 foi crescente o número de novos casos, sendo observado decréscimo a partir de 2003. A taxa de detecção de casos novos foi de 20,02/100.000 habitantes: 150,83 na região Norte; 139,72 Centro-Oeste; 91,21 Nordeste; 28,35 Sudeste e 17,90 no Sul. A população mais acometida encontra-se na faixa etária maior ou igual a 15 anos (92,5%) e, no que diz respeito ao sexo, os homens marcam 55% dos casos, enquanto as mulheres, 45%. Em relação à classificação operacional, 57,7% das infecções foram registradas como multibacilar e 42,3% paucibacilar. Dentro do estudo, dois aspectos foram considerados relevantes: a distribuição heterogênea entre as regiões e a prevalência de casos multibacilares, fato que sugere diagnóstico tardio. Ainda que este agravo apresente redução importante dos casos, os dados evidenciam falhas no manejo da hanseníase no Brasil, sendo necessário maior desenvolvimento de medidas de saúde pública que viabilizem diagnóstico precoce, acompanhamento adequado dos doentes, conscientização dos pacientes quanto as formas de contágio e consequente redução da transmissão.



Palavras-chaves:  hanseníase, epidemiologia , prevalência