NOVAS ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS PARA O TRATAMENTO DE CAMUNDONGOS INFECTADOS COM AS CEPAS Y E VL-10 DO T.CRUZI DURANTE A FASE AGUDA DA DOENÇA DE CHAGAS |
Embora apresente toxicidade e eficácia dependente da cepa e fase da doença, o Benznidazol (BNZ) é o medicamento de referência no tratamento da infecção pelo Trypanosoma cruzi . Assim, além da busca por novos fármacos, um possível caminho para o desenvolvimento de novas terapias para a doença de Chagas seria trabalhar com diferentes formulações de BNZ ou regimes terapêuticos alternativos, visando reduzir a incidência de efeitos colaterais. Portanto, este estudo tem como objetivo avaliar a eficácia de novas estratégias terapêuticas utilizando o BNZ na fase aguda da doença de Chagas em camundongos infectados com cepas Y e VL-10. Para isso, 80 camundongos Swiss foram distribuídos em dois grupos experimentais: infectados com 5x10 3 formas tripomastigotas sanguíneas da cepa Y (n=40) e da cepa VL-10 (n=40), sendo que em cada um destes ensaios os animais foram distribuídos em cinco subgrupos: infectados e não tratados, infectados e tratados com BNZ 100 mg/kg/dia por 20 dias; infectados e tratados com BNZ 100 mg/kg/dia por 40 dias; infectados e tratados com BNZ 40 mg/kg/dia por 20 dias, infectados e tratados com BNZ 40 mg/kg/dia por 40 dias. O tratamento dos animais foi realizado via gavagem após a confirmação da infecção, e para posterior avaliação da cura foram realizados exames de sangue a fresco (FBE) e qPCR (sangue, coração e cólon) após a imunossupressão. Na infecção aguda pelas cepas Y e VL-10 do T. cruzi , o tratamento com menor dose e período padrão (40 mg/kg/dia - 20 dias) ou dose menor por período maior (40 mg/kg/dia - 40 dias) foram incapazes de promover a cura. No entanto, quando os animais foram tratados com a dose padrão e tempo prolongado (100 mg/kg/dia - 40 dias), o percentual de cura aumentou, embora sem atingir 100% para nenhuma das cepas. Sendo assim, nossos resultados indicam que a teoria da proporcionalidade do BNZ, em relação à dose e ao tempo, se aplica às duas cepas estudadas (Y e VL-10) na fase aguda da infecção. Entretanto, outras pesquisas avaliando regimes de dose, bem como o modelo crônico da doença são necessárias para confirmar nossos resultados. |