PERFIL CLÍNICO, LABORATORIAL E EPIDEMIOLÓGICO DE CASOS FATAIS COM DIAGNÓSTICO POSITIVO PARA CHIKUNGUNYA NO ESTADO DE PERNAMBUCO, UMA SÉRIE DE CASOS.
FETXANÊ MENIRA TNI-AH OLIVEIRA BRANDÃO 1, JURANDY JÚNIOR FERRAZ DE MAGALHÃES1, LINDOMAR JOSÉ PENA1, RENATA JULIETH VIEIRA QUINTINO1, CLAUDENICE RAMOS PONTES1
1. UPE - Universidade de Pernambuco, 2. LACEN PE - Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco Dr. Milton Bezerra Sobral , 3. IAM - Instituto Aggeu Magalhães, 4. SESP - Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco
fetxane@gmail.com

A prevalência de infecção pelo vírus transmissor da Chikungunya (CHIKV) vem aumentando de forma importante na última década. Pouco se sabe sobre sua fisiopatologia, incluindo capacidade letal. Portanto, através de um estudo descritivo retrospectivo, decidiu-se traçar o perfil clínico-laboratorial e epidemiológico de óbitos registrados com diagnóstico positivo para CHIKV através do método de RT-PCR em tempo real. Obtidas pela Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco e Laboratório Central de Saúde Pública, as informações foram tabuladas no software Microsoft-Excel® e analisadas pelo o software SPSS® versão 21.0, com estatística descritiva e intervalo de confiança de 95%. Foram selecionados cinco pacientes, os quais apresentaram idade média de 60 anos (±35), destes 75% eram do sexo masculino. O intervalo entre as datas de início dos sintomas e óbito foram de 20 dias (±15); as patologias prévias eram diabetes melitus , hipertensão arterial sistêmica e doença hematológica, doença renal crônica e cardiopatia não registrada. Um dos pacientes possuía histórico de AVE. Antes do internamento viu-se: síndrome febril, diarreia, sangramentos, agitação psicomotora, tontura, êmese e apenas ⅓ apresentaram artralgia e mialgia. Outras manifestações foram edema de membro inferior (MMII); insônia; alucinações; desorientação; choro em pranto e hipoatividade. Quanto a exames laboratoriais, as médias de hematócrito, hemoglobina, plaquetas, leucócitos, TGO/AST, TGP/ALT, ureia e creatinina foram de 30,7% (±18,19), 11,86g/dL (±1,96); 220 10 9 /L (±92,23) e 17,01 10 9 /L (±11,45), 421,5U/L (±499,92), 196,5U/L (±221,32), 115,99 mg/dL (±25,44) e 2,79mg/dL (±1,49), respectivamente. Segundo o Serviço de Verificação de Óbito, 20% encontrava-se com edema de MMII, 60% com cardiomegalia, e 40% com esplenomegalia e pulmões contendo exsudato. Em 2015 e 2016, com a chegada recente do CHIKV ao Brasil, o Estado de Pernambuco teve um aumento significativo de mortes de indivíduos que tiveram resultado positivo para CHIKV. Em muitos desses casos não foi possível verificar a relação com infecção por falta de dados clínico-epidemiológicos e da fisiopatologia viral. Esses e outros casos ainda estão sendo analisada pelo Comitê Estadual de Discussão de Óbitos por Dengue e outras arboviroses da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco. O comitê tem tido grandes dificuldades no encerramento desses casos e mais estudos são necessários para compreender o papel da infecção na evolução fatal associada à CHIKV.



Palavras-chaves:  Chikungunya, epidemiologia, perfil clínico-laboratorial