CANDIDOSE OROFARÍNGEA EM PACIENTES COM AIDS: A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE
MARIA ESILENE VALENÇA BATISTA 1, CÍCERA KALINE GOMES BARRETO1, JOÃO PEDRO PEREIRA DA SILVA 1, ISIS CATHARINE ARAÚJO ROCHA1, MARLLA HÉLLEN DO NASCIMENTO ARAÚJO1, MARIA GABRIELA CARVALHO BARROSO1
1. UFCG - Universidade Federal de Campina Grande
esilenevb@gmail.com

A candidose orofaríngea é uma infecção oportunista, portanto, comumente encontrada em pacientes imunodeprimidos, principalmente nos portadores de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), sendo a infecção oportunista mais prevalente e recorrente nesses pacientes. Esse trabalho objetiva mostrar a importância do diagnóstico e tratamento precoce da candidose orofaríngea em pacientes portadores de HIV/AIDS. Foi realizada uma revisão de literatura, em abril de 2018, através das bases de dados Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e National Library of Medicine (MEDLINE), com os descritores em saúde: “candidiasis”, “oropharyngeal”, “AIDS” e operador booleano “and”. Foram encontradas 398 publicações e selecionadas 25, aplicando critérios de inclusão: pesquisas disponíveis de forma gratuita, em português ou inglês, publicados entre 2012 e 2018, que abordassem as complicações e tratamento da candidose orofaríngea em pacientes com AIDS; os critérios de exclusão foram: artigos duplicados ou pagos e pesquisas que não estivessem direcionadas ao tema. As evidências científicas mostraram que a candidose orofaríngea tende a provocar quadros mais graves quando a imunidade está comprometida, se manifestando inicialmente como lesões superficiais na mucosa oral e podendo evoluir para lesões concomitantes na língua e palato, apresentações patognomônicas da associação de HIV e candidose. Sintomas típicos desse quadro são  a sensação de queimor na boca e alterações no paladar. A infecção pode estender para o esôfago, provocando candidose esofágica e gerando queixas de odinofagia ou disfagia. Em alguns desses pacientes, como nos que fazem uso de cateter venoso central, a infecção pode evoluir para candidemia e complicações graves, entre elas pneumonia, endocardite, meningite fúngica e infecção urinária. Mesmo que a terapia antirretroviral promova declínio de infecções oportunistas nesses pacientes, a candidose orofaríngea continua sendo uma importante causa de morte entre eles. Muitos fungos do gênero Candida têm se tornado resistentes ao fluconazol, principal antifúngico usado no tratamento da candidose orofaríngea em pacientes HIV positivos. O diagnóstico precoce é então essencial para evitar possíveis complicações. Faz-se necessário o desenvolvimento de mais pesquisas clínico-epidemiológicas no Brasil, além de medidas de rastreamento da associação de AIDS com candidose orofaríngea e acompanhamento da evolução do tratamento.



Palavras-chaves:  AIDS, Candidíase Oral , Diagnóstico, Imunodeficiencia, Micoses