Febre Amarela: Atualidades Sobre a Doença no Brasil |
A febre amarela é uma doença infecciosa não contagiosa com grau de severidade variável. É endêmica em algumas regiões da África, onde os surtos nessas áreas causam grande impacto para a saúde pública. A doença é causada por um arbovírus da família Flaviviridae e transmitida pela picada de mosquitos fêmeas da família Culicidae, nos quais os gêneros Haemagogus e Sabethes fazem parte do ciclo silvestre e Aedes do ciclo urbano. A transmissão do ciclo silvestre é mais complexa, pois envolvem diferentes gêneros de mosquitos e macacos, principalmente os Allouata, Cebus, Ateles e Callithrix, já o ciclo urbano depende quase que exclusivamente do homem - mosquito (Aedes aegypti) - homem. Segundo a OMS, nos últimos anos, houve um retorno de áreas de circulação do vírus na África Ocidental e nas Américas, incluindo o Brasil. Esta pesquisa teve como objetivo descrever as atualidades sobre a febre amarela no Brasil. O trabalho foi organizado por estudantes de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Piauí, durante o mês de abril de 2018, onde foi realizada pesquisa bibliográfica em artigos científicos retirados de plataformas como SCIELO, LILACS, BVS (Biblioteca Virtual em Saúde Fiocruz) e PortalMS. Foram analisados 5 artigos e uma reportagem, com publicações datadas de 2012 a 2018. De acordo com a literatura consultada, entre janeiro de 2016 e março de 2018, sete países da América Latina confirmaram casos de febre amarela, dentre eles o Brasil, e a mortalidade variou de 5 a 20% dos infectados. No país, foram registrados 1.131 casos da doença com aproximadamente 340 óbitos no período de julho de 2017 a março de 2018, sendo as regiões sudeste e o Distrito Federal os mais afetados. Atualmente, foram confirmados casos em humanos, primatas não-humanos e em mosquitos, em locais sem circulação do vírus há mais de 60 anos no estado de SP; aliada a incidência silvestre em áreas habitadas, tem-se o risco aparente da transmissão urbana da febre amarela. Vale ressaltar que muitos macacos são sensíveis ao vírus e a morte desses animais pela doença é um alerta aos órgãos de saúde pública. No Brasil, há algumas regiões com recomendação da vacina, sendo que até 2019 seja ampliada para todo o território nacional. Conclui-se que o monitoramento de óbitos entre os primatas não-humanos próximos a população, a vacinação de humanos em áreas endêmicas e o controle vetorial são de suma importância para evitar uma possível epidemia da doença no país. |