PARACOCCIDIOIDOMICOSE ORAL EM ASSOCIAÇÃO AO TABAGISMO: CONTRAPONTO ENTRE FATOR DE RISCO E POSSÍVEL POTENCIALIZADOR PATOLÓGICO ATRAVÉS DA APRESENTAÇÃO DE CASOS CLÍNICOS DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PROFESSOR ALBERTO ANTUNES - UFAL
MARIANNE DE AGUIAR VITÓRIO PRAXEDES 1, VITÓRIA VIANA SILVA1, MATHEUS AMORIM BASTOS CARDOSO1, PEDRO FELLIPE PEREIRA DA SILVA ROCHA1, MATHEUS DA SILVA RAETANO1, ANTONIO LUIZ SOARES MOURA REZENDE FILHO1
1. UFAL - Universidade Federal de Alagoas, 2. HUPAA - Hospital Universitário Professor Alberto Antunes
marianne.praxedes@famed.ufal.br

A Paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose sistêmica, cujo agente etiológico é o fungo termodimórfico Paracoccidioides brasiliensis , que promove uma doença inflamatória crônica granulomatosa. Apesar da via primária de infecção da Paracoccidioidomicose ser pulmonar, o diagnóstico da doença é realizado de maneira recorrente a partir de manifestações orais, decorrentes de disseminação linfoematogênica. O acometimento oral da doença apresenta lesões tipicamente caracterizadas por hiperplasia gengival eritematosa e finamente granular, ocorrendo petéquias. No Brasil, a doença é endêmica, subnotificada e constitui um considerável problema de saúde pública; está relacionada à parcela populacional da zona rural, voltada a atividades agrícolas, ao sexo masculino e à faixa etária de 30-60 anos. Ademais, consolidaram-se o tabagismo e o uso abusivo de álcool como fatores de risco pré-existentes, considerados fomentadores da transição do estado de infecção para doença manifesta, uma vez que interferem nos mecanismos de defesa do hospedeiro com implicações na qualidade da formação do granuloma. No entanto, através da análise de artigos disponíveis nas plataformas SciELO, PubMed e BVS, referentes à influência dos fatores de risco relatados, não há registro comprobatório de prolongamento do tempo de tratamento em virtude do tempo de exposição à condição inicial. Em função disso, o presente estudo objetiva, através da apresentação de 04 casos clínicos pertencentes ao Hospital Universitário Professor Alberto Antunes, analisar transversalmente a associação do tabagismo com a Paracoccidioidomicose oral, discutindo comparativamente os aspectos de duração da conduta terapêutica, intercorrências e prognóstico relatados. A observação revelou que, dos 04 casos, apenas 01 paciente não era tabagista, enquanto 03 pacientes alegavam entre 28 a 65 anos de prática. Dos avaliados, somente um queixou tosse como intercorrência; dois apresentaram sequelas: nefropatia e limitação da abertura angular da boca. A conduta em todos os casos foi do uso via oral de Itraconazol 200mg ao dia ou Sulfametoxazol+Trimetropim 1600mg/320mg por dia, por 12 meses. No entanto, dentre a amostra, dois pacientes evoluíram para cura em 09 meses de tratamento e um paciente ainda está sendo tratado. Dessarte, faz-se necessário averiguar durante a anamnese o tempo de uso de tabaco, para ter-se um diagnóstico fidedigno e uma conduta mais diligente para pacientes com PCM.



Palavras-chaves:  Fator de Risco, Micose, Paracoccidiodes brasiliensis, Paracoccidioidomicose, Tabagismo