OFIDISMO NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE |
Os acidentes ofídicos representam um sério agravo à saúde pública nos países tropicais devido a frequência com que ocorrem, além da morbidade e mortalidade ocasionadas. Sua ocorrência está, geralmente, relacionada à fatores climáticos e ao aumento da atividade humana no campo. O objetivo do estudo foi conhecer e descrever as características epidemiológicas do ofidismo no estado do Rio Grande do Norte. A pesquisa compreendeu uma abordagem descritiva realizada a partir do banco de dados do Sistema de Informação em Saúde – DATASUS, do Ministério da Saúde. Foram avaliados os casos de ofidismo no Estado do Rio Grande do Norte, no período de 2007 a 2016. As variáveis abordadas foram: número de casos, número de óbitos, letalidade, tipo de serpente, distribuição mensal, sexo, faixa etária, tempo de atendimento, gravidade do acidente e município de ocorrência. Os resultados mostraram que no período analisado ocorreram 2.824 notificações por ofidismo com 12 óbitos no estado do Rio Grande do Norte, conferindo uma letalidade de 0,4%. A maioria dos acidentes ofídicos foi ocasionada por serpentes do gênero Bothrops (62,7%), aconteceu no período entre os meses de junho a agosto (34,2%), em pessoas do sexo masculino (76,6%) e na faixa etária produtiva de 20 e 59 anos (62,2%). O tempo de atendimento desde o acidente até o atendimento médico foi, na maioria das vezes, de até três horas (61,7%) e a classificação do acidente foi, em geral, categorizado como de gravidade leve (68,0%). Em relação à distribuição espacial, o ofidismo aconteceu em 164 municípios do estado (98,2%), com destaque para Santa Cruz, Mossoró e Natal, que registraram respectivamente 147, 157 e 274 casos. Com base nos dados apresentados, o ofidismo é um agravo relevante no Estado no Rio Grande do Norte, necessitando de medidas de promoção da saúde e prevenção dos acidentes, direcionadas para as populações e os indicadores epidemiológicos de risco. |