LEISHMANIOSE TEGUMENTAR NA SERRA DE IBIAPABA, ESTADO DO CEARÁ: UM DIAGNÓSTICO SITUACIONAL
BARBOSA ARAÚJO DOS SANTOS TATIANA LEITE1, OLIVEIRA LIMA MARIA DE LARA1, SILVA DE ARAÚJO BRUNO VINÍCIUS1, COSTA PRISCILA OLIVEIRA1, NÁGILA THALITA DA SILVA LIMA NÁGILLA THALITA1, DE ARAÚJO LUISA TEIXEIRA1, LEITE ALEXANDRO IRIS1
1. UFERSA - Universidade Federal Rural do Semi-árido
tatianaleite.bas@gmail.com

A Leishmaniose Tegumentar é uma zoonose causada por um protozoário parasita do gênero Leishmania que é transmitida para os humanos e outros mamíferos através da picada de fêmeas de flebotomíneo. Nas Américas, a doença é endêmica em 18 países e está distribuída desde o México até a Argentina. Devido à grande incidência de casos, fazendo com que os enfermos apresentem lesões incapacitantes e desfigurantes, a OMS incluiu as leishmanioses como uma das seis endemias mais importantes do mundo. O presente trabalho teve como objetivo descrever o perfil epidemiológico da Leishmaniose Tegumentar na Serra de Ibiapaba, estado do Ceará, composta por nove municípios: Ipu, Carnaubal, Croatá, Guaraciaba do Norte, Ibiapina, São Benedito, Tianguá, Ubajara e Viçosa do Ceará. Os dados foram coletados junto ao banco de dados do DATASUS, pertencente ao Ministério da Saúde, compreenderam o período de 2007 a 2017 e incluíram as variáreis: distribuição anual, município, zona de residência, sexo, faixa etária e escolaridade. A Serra da Ibiapaba apresentou 2.459 casos de Leishmaniose Tegumentar durante o período de estudo, representando 30% do total no Ceará, e 19 óbitos pela doença ou causa associada, revelando uma letalidade de 0,8%. O ano com maior número de casos foi 2009 (360 notificações) e o município com maior concentração da doença foi São Benedito (588 casos). A maioria dos casos ocorreu na zona rural (68,7%), na forma clínica cutânea de apresentação (98,3%), em pessoas na faixa etária produtiva de 20 a 59 anos (49,7%) e com baixo grau de escolaridade (analfabeto ou até quatro anos de estudo) (61,5%). Em relação ao sexo, os casos estavam bem distribuídos, sendo os homens um pouco mais afetados (50,3%) do que as mulheres (49,7%). Diante dos dados aqui expostos, conclui-se que a Leishmaniose Tegumentar na Serra de Ibiapaba representa um problema de saúde pública, fazendo-se necessário o aprofundamento do conhecimento epidemiológico para o direcionamento das medidas de controle.



Palavras-chaves:  zoonose, epidemiologia, saúde pública