ASPECTOS CLÍNICOS E TERAPÊUTICOS DA CROMOBLASTOMICOSE: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA |
Cromoblastomicose, também conhecida como cromomicose, é uma micose profunda e granulomatosa que acomete a pele e o tecido subcutâneo, sendo causada por fungos pertencentes à família Dematiaceae , a inoculação fúngica ocorre no organismo por meio de traumas ou ferimentos, as espécies isoladas mais frequentemente são Fonsecea pedrosoi, Phialofora verrucosa, Cladosporium carrionii e Rhinocladiella aquaspersa . Tem distribuição mundial, sendo mais prevalente em países tropicais e subtropicais. Este trabalho tem como objetivo descrever os principais aspectos clínicos e abordagens terapêuticas frente à cromoblastomicose. Para esta revisão de literatura, foi realizado levantamento bibliográfico através de bancos de dados como NCBI, Scielo, Science Direct, LILACS e Portal Capes. Foram analisados artigos publicados no período de 2000 a 2018. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foram obtidos 18 trabalhos publicados em português e inglês, incluindo artigos originais e de revisão, dos quais 02 foram excluídos por não apresentarem texto integral disponível e 01 por apresentar duplicidade de dados. As manifestações inicias da micose incluem pequenas pápulas cor da pele no local da inoculação que evoluem para nódulos e placas vegetantes verrucosas que podem confluir, dando aspecto de uma massa em “couve-flor”, acomete predominantemente os membros inferiores e é mais comum em homens, estando associada ao trabalho rural. A evolução é crônica, lentamente progressiva ou assintomática, o período mais curto entre o surgimento das lesões e a procura de atendimento médico foi de 2 meses e o mais longo de 30 anos, pode ainda apresentar infecções secundárias como linfedema, elefantíase, outras micoses e mais raramente predispor neoplasias malignas. Há três modalidades terapêuticas, a física que inclui a exérese excisional, além da amputação em casos mais graves; a termoterapia por criocirurgia e fotocoagulação com laser e a quimioterápica com os antifúngicos: itraconazol, cujo uso isolado em estágios inicias tem boa resposta, terbinafina e iodeto de potássio prevalentemente; podendo ser empregada a combinação de mais de uma destas. O sucesso do tratamento está relacionado ao agente causal, à forma clinica e à extensão das lesões. O padrão ouro diagnóstico é a biópsia que permite isolar o agente e correlacionar achados histológicos e micológicos, e é útil para o diagnóstico diferencial com outras patologias, como leishmaniose e tuberculose cutânea. |