Uso da flora e fauna amazônicas como ferramenta biotecnológica para o controle de mosquitos de interesse médico (Diptera: Culicidae)
MIRILENE MENDES MARTINS 1, FRANCES TATIANE TAVARES TRINDADE1, ALEXANDRE ALMEIDA E SILVA1
1. UNIR - Universidade Federal de Rondônia
mirimendes53@gmail.com

Aedes aegypti é um importante vetor de arboviroses como: dengue, chikungunya, zika e febre amarela. Entretanto, o controle vetorial enfrenta grandes desafios devido a resistência dos mosquitos aos principais inseticidas utilizados. Com isso, a bioprospecção de substâncias de plantas tem sido alvo de grande interesse por apresentarem metabólitos secundários com várias atividades biológicas. Com essa premissa, esse trabalho avaliou a atividade larvicida de extratos brutos etanólicos de entrecasca, casca e triterpeno isolado (MGCE-11 Maytene) da planta Maytenus guianensis sobre larvas de 3º e 4º de Aedes aegypti . Para isso, as larvas foram submetidas a nove diferentes concentrações: extratos brutos (ppm: 1000, 750, 500, 250, 125, 50, 25, 10, 5), substância isolada Maytene (ppm: 100, 75, 50, 25, 2.5, 12.5, 1, 0.5 e 0.25) e controle (água + solvente). Os testes foram feitos com 10 larvas, com 3 réplicas e volume final de 10 ml. A mortalidade foi registrada no período entre 24 e 96 horas. Observamos que, no período de 24-48h, o extrato bruto da entrecasca causou 100% de mortalidade nas seis maiores concentrações (1000 - 50 ppm) e nas demais concentrações (25 - 5 ppm) a mortalidade larval variou entre 93.3-86.6%. Todas as larvas mortas apresentaram a projeção do intestino pelo ânus. O extrato bruto da casca, no intervalo de 24-48h, causou 100% de mortalidade nas concentrações de 1000-250 ppm. As concentrações 125-50 ppm mataram entre 93.3-50% das larvas. No período entre 24-96 horas, notamos que a exposição ao extrato bruto etanólico de casca causou atraso na muda larval de L3 para L4 após 96 horas de observação, quando finalmente morreram. A substância isolada Maytene causou mortalidade entre 100-93,3% nas concentrações de 100-25 ppm. Essa substância não ocasionou nenhuma alteração nas larvas, mas demonstra efeito positivo em relação à mortalidade larval. Os resultados indicam boa atividade larvicida e novos experimentos serão feitos para avaliar a toxicidade dessas substâncias e seu efeito sobre adultos de Aedes aegypti .



Palavras-chaves:  Aedes aegypti, controle, dengue, inseticida, Maytenus guianensis