PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS SUSPEITOS DE HEPATITE B E C NOTIFICADOS ENTRE 2007 E 2017 EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA NO ESTADO DE ALAGOAS – BRASIL
MARÍLIA BARROSO DE SOUSA 1, RODOLFO MATHIAS BARROS CARDOSO1, LETÍCIA MOREIRA DE SOUZA1, LYCIA GAMA MARTINS1, JAMILE TANIELE-SILVA1, LETÍCIA ANDERSON1, ADRIANA ÁVILA MOURA1, ÊNIO JOSÉ BASSI1
1. FAMED/UFAL - Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Alagoas, 2. LAPEVI/ICBS/UFAL - Laboratório de Pesquisas em Virologia e Imunologia, Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Alagoas, 3. CESMAC - Centro Universitário CESMAC, 4. HEHA - Hospital de Doenças Tropicais Dr. Hélvio Auto
marilia.bsousa@gmail.com

As hepatites virais constituem um importante agravo de saúde pública no Brasil sendo os vírus da hepatite B (HBV) e C (HCV) as principais causas de hepatite viral em qualquer faixa etária. Cerca de 10% dos casos de infecção pelo HBV tornam-se infecções crônicas, sendo a principal causa de cirrose e carcinoma hepatocelular. Em contraponto, aproximadamente 85% das infecções agudas pelo HCV evoluem para cronicidade e complicações. O presente estudo tem como objetivo realizar um panorama epidemiológico dos casos suspeitos de infecção pelos vírus da hepatite B e C notificados no hospital de referência do Estado de Alagoas (Hospital Escola Hélvio Auto – HEHA). Para isso foi realizada uma análise retrospectiva dos casos atendidos no HEHA e notificados como suspeitos para estas infecções entre 01 de janeiro de 2007 a 31 de dezembro de 2017 em fichas de notificação compulsória. Os dados foram acessados no TabWin 3.6-b e transferidos para planilha no Microsoft Office Excel onde foram tabulados e analisados. Nos últimos 10 anos foram notificados 862 casos suspeitos de hepatites B e/ou C sendo 60% homens e 40% mulheres. Em 98% dos casos foi realizada a confirmação laboratorial. Entre os casos totais suspeitos, 25% estão na faixa etária de 40 a 49 anos. Somente 5% dos casos suspeitos tinham esquema de vacinação completo para Hepatite B, 39% dos casos suspeitos ignoravam se possuíam coinfecção por HIV e 62% ignoravam se possuíam coinfecção por outras infecções sexualmente transmissíveis. Aproximadamente 90% dos casos suspeitos apresentaram hepatite crônica, e 67% dos casos suspeitos foram confirmados e classificados como infecção pelo HBV, 30% infecção pelo HCV e 2% coinfecção por HBV/HCV. O cálculo da taxa de incidência em 2017 foi de 1,56/100.000 habitantes no estado de Alagoas considerando os casos notificados neste centro de referência. O grande número de casos de hepatites B e C notificados durante os últimos 10 anos no estado de Alagoas mostra a necessidade de estabelecer medidas de prevenção e promoção à saúde, a fim de educar e conscientizar a população para que haja um declínio da ocorrência de complicações crônicas graves decorrentes de hepatites virais.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Hepatite, Saúde Pública