PANORAMA DA HANSENÍASE ENTRE OS ANOS DE 2015 A 2017 EM CAJAZEIRAS-PB
BRIDA MAGALHÃES TEIXEIRA MACÊDO 1, ISAAC CARIOCA DE OLIVEIRA1, EDILMAX ARAÚJO MARQUES DOS SANTOS1, REBECA KAROLLYNE ROLIM RIBEIRO1, MARLLA HÉLLEN DO NASCIMENTO ARAÚJO1, RAYLLANE SANTOS NUNES1, VALDETRUDES JÚNIOR HOLANDA DOS SANTOS1, GABRIEL DE MEDEIROS ALVES1, NATÁLIA BITU PINTO1
1. UFCG - Universidade Federal de Campina Grande
MAGALHAESMARA8@GMAIL.COM

A Hanseníase é uma doença infectocontagiosa de pele e nervos periféricos causada pelo Mycobacterium leprae , que apresenta manifestações (indeterminada, tuberculóide, boderline e virchowiana) variando de acordo com a resposta imunorreativa do organismo à presença do bacilo, onde a forma tuberculoide está no espectro de resposta imune mais eficiente e a virchowiana de maior susceptibilidade a este. Além disso, é um acometimento que, mesmo com baixa mortalidade, apresenta potencial para desenvolvimento de sequelas. Destaca-se seu caráter de endemia no Brasil, o qual totaliza 11,6% dos casos mundiais e que apresenta como zonas de maior índice as regiões Norte e Nordeste. Sendo que, nessa última, como município hiperendêmico – com valores de média superior ao dobro brasileiro – têm-se Cajazeiras, na Paraíba. Assim, através de estudo epidemiológico observacional de caráter retrospectivo e com o auxílio de dados do DATASUS e artigos buscou-se um panorama do perfil da hanseníase no município entre os anos de 2015 a 2017, a fim de expor os altos índices nessa região e, então, alertar sobre o caráter endêmico e estimular ações voltadas ao público mais acometido. De forma que obteve-se, em 2017, nos casos novos, com cerca de 67,6%, maioria masculina e 47% em faixa etária de 20-59 anos. Semelhantemente, em 2016 o padrão de casos prosseguiu com maioria masculina e na faixa etária citada, respectivamente 63,6% e 72,7%; enquanto que, em 2015, a maioria masculina foi de 72%  e 76,7% do total estavam em idade produtiva. Quanto à forma clínica destaca-se, em 2017, 26,4% de indeterminada, enquanto que no ano anterior foram 36,3% dimorfa e, em 2015, 23% de apresentação indeterminada, possibilitando inferência de relativa boa resposta imune populacional pela baixa apresentação da forma virchowiana, como do predomínio masculino e de a faixa etária responsável pela maior transmissão do bacilo ser de 20-59 anos, que, por estar em idade economicamente ativa, tem maior tendência a frequentar locais com alta densidade populacional, facilitando tanto transmissão quanto contágio.   Desse modo, reafirma-se a necessidade de ações mais direcionadas ao perfil encontrado e de uma política mais atuante da atenção básica, já que por apresentar maior contato com a população pode promover, pela propagação de conhecimentos da sintomatologia inicial, um diagnóstico mais precoce, o que diminuirá a transmissão do bacilo.



Palavras-chaves:  Endemia, Epidemiologia, Hanseníase