PANORAMA DA HANSENÍASE ENTRE OS ANOS DE 2015 A 2017 EM CAJAZEIRAS-PB |
A Hanseníase é uma doença infectocontagiosa de pele e nervos periféricos causada pelo Mycobacterium leprae , que apresenta manifestações (indeterminada, tuberculóide, boderline e virchowiana) variando de acordo com a resposta imunorreativa do organismo à presença do bacilo, onde a forma tuberculoide está no espectro de resposta imune mais eficiente e a virchowiana de maior susceptibilidade a este. Além disso, é um acometimento que, mesmo com baixa mortalidade, apresenta potencial para desenvolvimento de sequelas. Destaca-se seu caráter de endemia no Brasil, o qual totaliza 11,6% dos casos mundiais e que apresenta como zonas de maior índice as regiões Norte e Nordeste. Sendo que, nessa última, como município hiperendêmico – com valores de média superior ao dobro brasileiro – têm-se Cajazeiras, na Paraíba. Assim, através de estudo epidemiológico observacional de caráter retrospectivo e com o auxílio de dados do DATASUS e artigos buscou-se um panorama do perfil da hanseníase no município entre os anos de 2015 a 2017, a fim de expor os altos índices nessa região e, então, alertar sobre o caráter endêmico e estimular ações voltadas ao público mais acometido. De forma que obteve-se, em 2017, nos casos novos, com cerca de 67,6%, maioria masculina e 47% em faixa etária de 20-59 anos. Semelhantemente, em 2016 o padrão de casos prosseguiu com maioria masculina e na faixa etária citada, respectivamente 63,6% e 72,7%; enquanto que, em 2015, a maioria masculina foi de 72% e 76,7% do total estavam em idade produtiva. Quanto à forma clínica destaca-se, em 2017, 26,4% de indeterminada, enquanto que no ano anterior foram 36,3% dimorfa e, em 2015, 23% de apresentação indeterminada, possibilitando inferência de relativa boa resposta imune populacional pela baixa apresentação da forma virchowiana, como do predomínio masculino e de a faixa etária responsável pela maior transmissão do bacilo ser de 20-59 anos, que, por estar em idade economicamente ativa, tem maior tendência a frequentar locais com alta densidade populacional, facilitando tanto transmissão quanto contágio. Desse modo, reafirma-se a necessidade de ações mais direcionadas ao perfil encontrado e de uma política mais atuante da atenção básica, já que por apresentar maior contato com a população pode promover, pela propagação de conhecimentos da sintomatologia inicial, um diagnóstico mais precoce, o que diminuirá a transmissão do bacilo. |