PERFIL QUANTITATIVO DO CÂNCER DE COLO UTERINO EM MULHERES ATENDIDAS NO RECIFE DURANTE O PERÍODO DE 2008 A 2015.
MAIARA SANTOS DE MENEZES 1,2, GABRIEL BEZERRA FAIERSTEIN1,2, ANDREA KARLA LEMOS DA SILVA SENA1,2, LÍLIAN CAROLINY AMORIM SILVA1,2, ANA MARIA ATAÍDES ROMANGERA1,2
1. FAFIRE - Faculdade Frassinetti do Recife, 2. IAM - Instituto Aggeu Magalhães - FIOCRUZ/PE
maiarasdm@gmail.com

O câncer de colo uterino (CCU) tem grande importância médica no mundo inteiro,
sendo o segundo tipo que mais acomete mulheres no Brasil, perdendo apenas para o
câncer de mama. Possui taxas significativas de morbimortalidade, principalmente em
países em desenvolvimento. Esta neoplasia também está relacionada ao
meio ambiente e a maus hábitos de vida. Alguns fatores de risco contribuem para o
desenvolvimento do CCU, como por exemplo, infecção prévia por HPV, multiplicidade
de parceiros, relação sexual desprotegida, início precoce da vida sexual, multiparidade,
entre outros. O presente trabalho teve como objetivo quantificar os casos de CCU
registrados em hospitais de Recife, no período de 2008 a 2015, correlacionado com o
perfil das pacientes acometidas pela doença. Foram analisadas variáveis como faixa
etária, escolaridade, cor da pele, situação conjugal, histórico familiar e de tabagismo. A
pesquisa foi feita na base de dados Integrador Registro Hospitalar de Câncer (RHC).
Durante o período do estudo foram diagnosticados 7.693 casos de CCU em hospitais da
grande Recife. Esses casos foram divididos nas variáveis analisadas e construídos
gráficos e tabelas informando o número de casos para cada variável. Foi encontrada
associação entre o CCU e algumas variáveis. Analisando a faixa etária, constatou-se que
74,05% os casos estavam frequentes em mulheres de 25 a 59 anos. Já na variável cor, os
demonstram que o CCU acometeu 60,8%, mulheres de cor parda. Na perspectiva da
situação conjugal, verificamos que o CCU esteve mais presente em mulheres casadas,
apresentando um percentual de 40,7% de casos. Nossos principais resultados sugerem
uma maior associação do CCU entre mulheres de 25 a 59 anos, e avaliando a situação
conjugal, o grupo de mulheres casadas acometidas com CCU se mostrou superior aos
outros. Sob a visão conjugal, estudos revelam que, diante do comportamento sexual, as
mulheres casadas e com união estável estão mais susceptíveis a infecções pelo HPV ou
CCU quando comparadas com as mulheres solteiras e sem parceiros fixos. Isso pode ser
devido ao fato de que as mulheres solteiras, mesmo se expondo a um maior número de
parceiros sexuais, utilizam preservativos. Já entre mulheres casadas e em uniões
consensuais, o mesmo não ocorre, utilizando apenas anticoncepcional com a finalidade
de controle de natalidade. Independentemente da situação conjugal, sugerimos maiores
esforços nas campanhas de conscientização contra o HPV.



Palavras-chaves:  Neoplasias de colo uterino, Perfil de saúde, Saúde da mulher