A COINFECÇÃO DA MALÁRIA E EBV:UM FATOR DE RISCO PARA O LINFOMA ENDÊMICO DE BURKITT
LUISALICE MENDES AFONSO 1, ANDREA ROSIENNE MONTEIRO NASCIEMENTO1, ARMANDINA DA CUNHA SOARES LIVRAMENTO1, MARIA DE SOCORRO VIEIRA GADELLHA1, JOSIANA FRANCISCA SANCHES MORAIS1
1. UFCA - Universidade Federal do Cariri
LUISALICEAFONSO1@GMAIL.COM

O linfoma endêmico de Burkitt (eBL) é um tumor de células B definida por uma translocação cromossômica bem descrita entre o oncogene c-myc e um dos loci de imunoglobulina que resulta na ativação constitutiva do oncogene levando ao crescimento descontrolado da célula. Essa  translocação pode ser mediada como conseqüência da expressão desregulada da enzima AID (citidina desaminase induzida por ativação) . A coinfecção EBV e P. Falciparum é um fator de risco para o linfoma endêmico de Burkitt. O objetivo desse estudo foi estudar avaliar o papel do EBV e malária holoendêmoica na gênse de Linfoma de Burkitt. Foi feito uma pesquisa na base de dados da Biblioteca Virtual de Saúde, com os descritores “Linfoma de Burkitt”,“Malária” e “EVB””.Foram incluídos artigos completos e disponíveis, publicados entre os anos 2015 e 2017, nos idiomas inglês e português. Foram encontrados 10 artigos dos quais 6 atenderam aos critérios de inclusão. Estudos demostram um aumento de células capazes de tolerar uma translocação c-myc na presença de EBV. Demostraram ainda um aumento da carga viral de EBV em indivíduos portadores de malária, tornando-se por isso, um fator de risco para o linfoma de Burkitt. A malária apresenta ainda, vários outros papei s na gênese de EbL, dentre os quais a capacidade de induzir a expressão desregulada de AID, aumentando assim a probabilidade de translocação, aumentar a proliferação de células B através do TLR9 devido a produção de hemozoína, produto de degradação de hemoglobina. Ela ainda aumenta a probabilidade de que mais células B infectadas pelo EBV, entrem no GC ou que as células permaneçam mais tempo no GC. De qualquer forma, isso aumenta as chances de que algumas células B, incluindo células infectadas pelo EBV, desenvolvam muta ções deletérias e translocações. Tendo em conta a íntima relção entre essa duas infermidades, torna-se visível que a redução da exposição à malária por P. falciparum ou o desenvolvimento de drogas para bloquear a capacidade da malária de induzir a AID devem reduzir drasticamente a incidência de Linfoma de Burkitt.



Palavras-chaves:  EBV, Linfoma de Burkitt, Malária