EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE COMO ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO À HANSENÍASE NO MUNICÍPIO DO RECIFE-PE, 2018. |
A hanseníase é uma doença transmissível, com alto poder incapacitante. O preconceito, o estigma e a falta de conhecimento dos profissionais de saúde em relação à hanseníase é um desafio ao controle da doença. Foi objetivo deste trabalho desenvolver educação permanente em saúde como estratégia de enfrentamento à hanseníase no município do Recife. O estudo é descritivo, do tipo relato de experiência. A estratégia de educação permanente foi desenvolvida em parceria com o Ministério da Saúde e Organização Pan-Americana da Saúde como parte integrante das atividades do projeto: “Abordagens inovadoras para intensificar esforços para um Brasil livre da hanseníase”. As atividades ocorreram de 9 a 13 de abril de 2018, através da atualização teórica sobre o tema com metodologia expositivo-dialogada, capacitação em serviço para manejo clínico e avaliação do grau de incapacidade e atividades de educação em saúde na comunidade. Foram treinados em manejo clínico e avaliação do grau de incapacidade 75,8%(555/732) dos profissionais (médicos, fisioterapeutas, enfermeiros(as) e terapeutas ocupacionais) na teoria e 65,4% (479/732) na prática. Em prevenção do estigma e da discriminação da hanseníase foram treinados 70,1%(453/646) dos profissionais (agentes comunitários de saúde, psicólogos e assistentes sociais) na teoria e 79,1% (511/646) na prática. As atividades realizadas incluíram atendimento a pacientes em tratamento, exame de contatos e/ou suspeitos e educação em saúde na comunidade, através de visita domiciliar, roda de conversa e abordagem individual. Participaram das atividades práticas (atendimentos) 126 pacientes e 44 contatos e/ou suspeitos de hanseníase. Foram diagnosticados 20 casos novos de hanseníase, entre esses 4 menores de 15 anos. A educação permanente em saúde através da aquisição do conhecimento, habilidades e mudanças comportamentais torna-se uma estratégia de formação e reflexão crítica da prática profissional, possibilitando a transformação e qualificação de ações de cuidado às pessoas atingidas pela hanseníase. Evidenciamos a importância da formação e qualificação em hanseníase para os profissionais, como forma de impactar as atividades de controle da hanseníase, em especial o diagnóstico precoce, a realização dos exames de contato, a avaliação do grau de incapacidade e a redução do preconceito à hanseníase. |