SÍFILIS: DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DAS ATIVIDADES DE ASSISTÊNCIA E VIGILÂNCIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DO RECIFE – PE |
A sífilis ainda se constitui um grave problema de Saúde Pública. Sendo a sífilis congênita um importante evento-sentinela para o monitoramento da assistência à saúde cuja ocorrência sugere falhas no funcionamento e integralidade da rede de saúde. O Programa SANAR Recife implantado desde 2013 tem por objetivo o enfrentamento de maneira estratégica das doenças negligenciadas no município do Recife, sendo a sífilis incorporada no seu contexto de atuação pelo cenário epidemiológico encontrado atualmente. Teve como objetivo realizar diagnóstico situacional quanto às atividades de atenção e vigilância da sífilis nas unidades básicas de saúde. Estudo do tipo descritivo. As atividades foram desenvolvidas em parceria com a equipe técnica do Programa SANAR Recife, SANAR PE e equipes técnicas do município. As atividades ocorreram entre 02 de outubro de 2017 e 30 de janeiro de 2018, a partir da aplicação do instrumento de assessoramento aos profissionais das equipes de atenção básica. Tivemos 94,9% (314) das equipes de saúde do município assessoradas. Dentre as categorias profissionais a com maior participação foi a de enfermagem (73,7%), seguidos das categorias de técnicos de enfermagem (52,9%) e médica (49,3%). As unidades visitadas relataram 1.256 casos de sífilis diagnosticados no ano de 2017. Destes, 633 casos de sífilis adquirida, 415 casos de sífilis em gestante e 177 casos de sífilis congênita. Quanto ao diagnóstico situacional 77,1% das equipes dispunham das fichas de notificação de sífilis, 63,1% realizam busca ativa de casos em populações vulneráveis, apenas 45,4% das equipes ofertam diariamente TR para sífilis e 82,2% dispõe de preservativo com livre dispensação à população. Cerca de 90,1% das equipes solicita VDRL em gestante na rotina do pré-natal, e apenas 56,1% solicita (VDRL) mensalmente para gestantes em tratamento de sífilis. Em casos de positividade de sífilis 78,3% das equipes realizam o tratamento na própria unidade de saúde. 76,2% das equipes solicitam a testagem dos parceiros. As unidades declaram que notificam casos de sífilis, e em sua maioria realizam busca ativa em populações vulneráveis, assim como realizam o tratamento na própria unidade. Quase a totalidade solicita o VDRL no pré-natal. Esses resultados demonstram que apesar dos esforços realizados nas unidades para o enfrentamento à transmissão da sífilis, há necessidade de definir a manutenção de estratégias que impactem na redução dos casos por essa IST no município. |