SÍFILIS: DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DAS ATIVIDADES DE ASSISTÊNCIA E VIGILÂNCIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DO RECIFE – PE
ARIANE CRISTINA BEZERRA SILVA MARTINS 1, ANA SOFIA PESSOA DA COSTA CARRARINE1, ELIANE GERMANO1, JAILSON DE BARROS CORREIA 1, NATÁLIA GONÇALVES MENEZES BARROS1, JOANNA PAULA FREIRE DE LIMA SILVA1, ALBERTO ENILDO DE OLIVEIRA MARQUES DA SILVA1, DENISE OLIVEIRA DOS SANTOS SCRIPNIC1, SOFIA GUERRA ÁVILA1, THAÍS PATRÍCIA DE MELO BANDEIRA1
1. SESAU - Secretaria de Saúde do Recife, 2. FENSG - UPE - Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças - Universidade de Pernambuco, 3. IMIP - Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira
ACBSMARTINS@GMAIL.COM

A sífilis ainda se constitui um grave problema de Saúde Pública. Sendo a sífilis congênita um importante evento-sentinela para o monitoramento da assistência à saúde cuja ocorrência sugere falhas no funcionamento e integralidade da rede de saúde. O Programa SANAR Recife implantado desde 2013 tem por objetivo o enfrentamento de maneira estratégica das doenças negligenciadas no município do Recife, sendo a sífilis incorporada no seu contexto de atuação pelo cenário epidemiológico encontrado atualmente. Teve como objetivo realizar diagnóstico situacional quanto às atividades de atenção e vigilância da sífilis nas unidades básicas de saúde. Estudo do tipo descritivo. As atividades foram desenvolvidas em parceria com a equipe técnica do Programa SANAR Recife, SANAR PE e equipes técnicas do município. As atividades ocorreram entre 02 de outubro de 2017 e 30 de janeiro de 2018, a partir da aplicação do instrumento de assessoramento aos profissionais das equipes de atenção básica. Tivemos 94,9% (314) das equipes de saúde do município assessoradas. Dentre as categorias profissionais a com maior participação foi a de enfermagem (73,7%), seguidos das categorias de técnicos de enfermagem (52,9%) e médica (49,3%). As unidades visitadas relataram 1.256 casos de sífilis diagnosticados no ano de 2017. Destes, 633 casos de sífilis adquirida, 415 casos de sífilis em gestante e 177 casos de sífilis congênita. Quanto ao diagnóstico situacional 77,1% das equipes dispunham das fichas de notificação de sífilis, 63,1% realizam busca ativa de casos em populações vulneráveis, apenas 45,4% das equipes ofertam diariamente TR para sífilis e 82,2% dispõe de preservativo com livre dispensação à população. Cerca de 90,1% das equipes solicita VDRL em gestante na rotina do pré-natal, e apenas 56,1% solicita (VDRL) mensalmente para gestantes em tratamento de sífilis. Em casos de positividade de sífilis 78,3% das equipes realizam o tratamento na própria unidade de saúde. 76,2% das equipes solicitam a testagem dos parceiros. As unidades declaram que notificam casos de sífilis, e em sua maioria realizam busca ativa em populações vulneráveis, assim como realizam o tratamento na própria unidade.  Quase a totalidade solicita o VDRL no pré-natal. Esses resultados demonstram que apesar dos esforços realizados nas unidades para o enfrentamento à transmissão da sífilis, há necessidade de definir a manutenção de estratégias que impactem na redução dos casos por essa IST no município.



Palavras-chaves:  Atenção Primária à Saúde, Sífilis, Infecções sexualmente transmissíveis