EPIDEMIOLOGIA DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA NO MUNICÍPIO DE OURO PRETO, MINAS GERAIS.
ANA MARIA SAMPAIO ROCHA1, RAFAEL JÚNIOR DE AZEVEDO 1, MARIA JÚLIA MACIEL CORREA1, ÁLVARO FERNANDO DA SILVA DO NASCIMENTO1, KAROLINA RIBEIRO GONÇALVES1, JOÃO CARLOS FRANÇA DA SILVA1, EDELBERTO DO SANTOS DIAS1, GEORGE LUIZ LINS MACHADO COELHO1
1. UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto, 2. UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais, 3. FIOCRUZ, MINAS GERAIS - Centro de Pesquisas René Rachou
RAFAEL_AZEVED@HOTMAIL.COM

As leishmanioses são grupos de doenças parasitárias, que apresentam ampla distribuição, diversidade de agentes etiológicos, podendo acometer homens e animais. A Leishmaniose Visceral (LV) é a forma mais grave dessa infecção e sua transmissão tem se expandindo em áreas urbanas. O programa de controle da LV determina a vigilância entomológica e canina, como meios de informações à cerca doença. O município de Ouro Preto, mesmo sendo classificado como área de transmissão esporádica (oito casos humanos, no período de 2010 a 2017), não apresenta parâmetros epidemiológicos, fazendo-se necessários a busca informações sobre essa zoonose. O objetivo do estudo foi conhecer a epidemiologia da leishmaniose visceral no município de Ouro Preto, Minas Gerais. Em 2016, a partir de um estudo transversal amostral, tendo como população-alvo cães participantes da campanha de vacinação antirrábica, foi avaliado soro de 726 cães, de 13 distritos e três localidades do município de Ouro Preto. A amostra foi obtida por punção venosa e a dosagem de anticorpos específicos foi realizada pelo teste ELISA (Kit ELISA – LVC/UFMG). A confirmação da reatividade dos animais foi realizada pela Fundação Ezequiel Dias (FUNED), pelos métodos sorológicos do DPP® e ELISA, ambos da empresa Bio-manguinhos. O estudo da fauna de flebotomíneos contemplou um ano hidrológico, (junho de 2017 a maio de 2018). A prevalência da LVC no município de Ouro Preto foi de 1,7 % (12/718), sendo determinada pela concordância de reatividade entre o teste ELISA (UFMG) e os testes realizados pela FUNED. Nos resultados do teste ELISA(UFMG), 17 amostras (2,3%) foram classificadas como indeterminadas e 11 amostras como reagentes (7,0%). Já pela FUNED 13 cães foram reagentes para o DPP®, 12 cães reagentes para o teste ELISA (Bio-manguinhos) e um cão classificado como indeterminado. Os distritos que apresentaram soropositividade canina foram: Antônio Pereira 8,47% (5/59); Bocaina 5,66% (3/53); Lavras Novas 8,33% (3/36) e Cachoeira do Campo 1,16% (1/86). Metade dos cães reagentes não apresentaram sinais clínicos sugestivos para LV. Quanto ao estudo entomológico, foram capturados 60 flebotomíneos, em todos os distritos que apresentavam cães infectados. O número total de fêmeas de flebotomíneos coletados foi de 30 (50%) e machos 30 (50%), tendo uma razão de fêmeas/machos igual a 1. Desta forma, a presença de cães infectados e a captura de flebotomíneos são alertas do risco de transmissão da LV nessa região.

 



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Flebotomíneos, Leishmaniose visceral, Reservatório, Soroprevalência canina