RISCO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM PACIENTES COM HIV/AIDS: REVISÃO INTEGRATIVA |
Portadores de HIV/AIDS apresentam risco aumentado para doenças cardiovasculares (DCVs). Estima-se que 30% dos pacientes soropositivos desenvolvem complicações cardiovasculares, tais como doenças coronárias, disfunção diastólica e disfunção sistólica. A cronicidade da terapia antirretroviral (TARV) está relacionada com uma mudança no perfil de adoecimento deste público. Observa-se redução das doenças oportunistas, em oposição o aumento da incidência de doenças crônicas não-comunicáveis. O objetivo deste estudo, foi analisar os dados na literatura sobre a relação entre a infecção pelo HIV, bem como o uso da TARV e a incidência de complicações cardiovasculares. Para isto, foi realizada uma revisão integrativa da literatura nos últimos 5 anos. Os artigos foram selecionados nas bases de dados: Scielo e PubMed, utilizando como descritores AIDS, HIV e cardiopatias. Os critérios de inclusão utilizados foram: artigos publicados em língua portuguesa e inglesa disponíveis na íntegra. Por sua vez, os critérios de exclusão utilizados foram: resumos, teses e dissertações. Nesta revisão foram selecionados 15 artigos. Em relação as taxas de incidência das DCVs, observou-se que são amplamente variáveis devido as diversas modalidades de diagnóstico e estudos em diferentes populações. Entretanto, foi evidente que os indivíduos soropositivos apresentam maior risco para as DCVs em relação aos indivíduos não infectados. As principais complicações descritas foram: disfunção diastólica, disfunção sistólica assintomática, doença coronariana, miocardite, hipertensão arterial e aterosclerose. Uma parcela significativa dos artigos, relacionaram o adoecimento cardiovascular nesta população a inflamação crônica pelo HIV e aos eventos adversos da TARV tais como, as dislipidemias e a obesidade. A prevenção das DCVs ainda é um desafio na saúde, visto que os protocolos de risco cardiovascular aplicado aos pacientes com HIV são os mesmos utilizados para população em geral. Fatores como a ativação imune, inflamação crônica e alguns agentes antirretrovirais não são considerados nos protocolos disponíveis, o que resulta em subnotificação do risco cardiovascular. Além disso, são parcos os estudos que relacionam o tratamento crônico com TARV e a incidência de DCVs. Ademais, a elaboração de protocolos específicos para estes indivíduos, não só contribuiria para melhor prognóstico, bem como uma menor redução dos efeitos adversos relacionados ao tratamento crônico com o TARV neste público alvo. |