RISCO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM PACIENTES COM HIV/AIDS: REVISÃO INTEGRATIVA
GILSON NOGUEIRA FREITAS 1, ISABELA LEMOS DA SILVA1, KATIA CAROLA SANTOS SILVA1, JOSÉ RIVALDO DE LIMA 1, DAYANA CECÍLIA DE BRITO MARINHO1, RAQUEL DA SILVA CAVALCANTE 1, HEMELLY RAIALLY DE LIRA SILVA1, LARISSA FARIAS BOTELHO1, NÍVEA ALANE DOS SANTOS MOURA1, JOSÉ JAIRO TEIXEIRA DA SILVA1, CRISTINA DE OLIVEIRA DA SILVA1
1. UFPE/CAV - Universidade Federal de Pernambuco/Centro Acadêmico de Vitória, 2. UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
GILSONNOGUEIRA10@GMAIL.COM

Portadores de HIV/AIDS apresentam risco aumentado para doenças cardiovasculares (DCVs). Estima-se que 30% dos pacientes soropositivos desenvolvem complicações cardiovasculares, tais como doenças coronárias, disfunção diastólica e disfunção sistólica. A cronicidade da terapia antirretroviral (TARV) está relacionada com uma mudança no perfil de adoecimento deste público. Observa-se redução das doenças oportunistas, em oposição o aumento da incidência de doenças crônicas não-comunicáveis. O objetivo deste estudo, foi analisar os dados na literatura sobre a relação entre a infecção pelo HIV, bem como o uso da TARV e a incidência de complicações cardiovasculares. Para isto, foi realizada uma revisão integrativa da literatura nos últimos 5 anos.  Os artigos foram selecionados nas bases de dados: Scielo e PubMed, utilizando como descritores AIDS, HIV e cardiopatias. Os critérios de inclusão utilizados foram: artigos publicados em língua portuguesa e inglesa disponíveis na íntegra. Por sua vez, os critérios de exclusão utilizados foram: resumos, teses e dissertações. Nesta revisão foram selecionados 15 artigos.  Em relação as taxas de incidência das DCVs, observou-se que são amplamente variáveis devido as diversas modalidades de diagnóstico e estudos em diferentes populações. Entretanto, foi evidente que os indivíduos soropositivos apresentam maior risco para as DCVs em relação aos indivíduos não infectados. As principais complicações descritas foram: disfunção diastólica, disfunção sistólica assintomática, doença coronariana, miocardite, hipertensão arterial e aterosclerose. Uma parcela significativa dos artigos, relacionaram o adoecimento cardiovascular nesta população a inflamação crônica pelo HIV e aos eventos adversos da TARV tais como, as dislipidemias e a obesidade.  A prevenção das DCVs ainda é um desafio na saúde, visto que os protocolos de risco cardiovascular aplicado aos pacientes com HIV são os mesmos utilizados para população em geral. Fatores como a ativação imune, inflamação crônica e alguns agentes antirretrovirais não são considerados nos protocolos disponíveis, o que resulta em subnotificação do risco cardiovascular. Além disso, são parcos os estudos que relacionam o tratamento crônico com TARV e a incidência de DCVs. Ademais, a elaboração de protocolos específicos para estes indivíduos, não só contribuiria para melhor prognóstico, bem como uma menor redução dos efeitos adversos relacionados ao tratamento crônico com o TARV neste público alvo.



Palavras-chaves:  Doenças cardiovasculares, HIV, Imunodeficiência, Tratamento farmacológico