RECORTE EPIDEMIOLÓGICO DA COINFECÇÃO TB-HIV NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL (2013-2017) |
Na infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) o indivíduo se torna susceptível às infecções oportunistas, entre elas destaca-se a Tuberculose (TB). A coinfecção TB/HIV é responsável pela elevada morbidade e mortalidade dos pacientes imunodeprimidos, portanto um grave problema de saúde pública. A pesquisa tem como objetivo traçar o perfil epidemiológico da coinfecção TB/HIV, na região Nordeste do Brasil. Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa a partir de dados obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponíveis no DataSUS, nos quais foram selecionadas as variáveis: HIV, Região Nordeste e o período de 2013 a 2017. Foram constatados 108.670 casos de Tuberculose. Quanto a abordagem da sorologia para o HIV: 57% negativos, 9% positivos, 0,12% ignorados e 5,5% estavam em andamento. Dos casos diagnosticados com TB, 3% não realizam a sorologia para o HIV, em números absolutos tem-se 8205 na Bahia, 7741 em Pernambuco, 5806 no Ceará, 2413 no Maranhão, 1777 no Rio Grande do Norte, 1642 em Alagoas, 1254 na Paraíba, 1117 no Piauí e 907 em Sergipe. Evidencia-se que ocorreu um elevado número de pacientes que não realizaram sorologia para o HIV, demonstrando que o acompanhamento e assistência apresentam fragilidade em relação à realidade dos dados encontrados quanto à coinfecção, o que leva a subnotificação e mascaramento dos dados reais. Embora o percentual de casos TB/HIV notificado tenha sido baixo, se observado isoladamente, a quantidade de casos HIV positivos portadores de tuberculose preocupam, pois trata-se de uma das principais causas de morte em pacientes com HIV e ainda se configura como um dos critérios para a definição da AIDS. A coinfecção TB/HIV é uma doença, cuja sua etiologia está correlacionada a fatores sociais, portanto, as medidas de prevenção e assistência devem ser intersetoriais, envolvendo ações sociais e o setor de saúde, responsável por medidas prevenção e fortalecimento da assistência, identificando áreas prioritárias e propondo ações cabíveis, conforme cada realidade. |