Investigação molecular de flavivírus em mamíferos silvestres de vida livre em parques urbanos da região centro-oeste do Brasil
HELVER GONÇALVES DIAS 1, GRASIELA PORFÍRIO1, GILBERTO SABINO-SANTOS JR1, JAIRE MARINHO TORRES1, WESLEY ARRUDA GIMENES NANTES1, LAURA MARINA SIQUEIRA MAIA1, PAULO RICARDO MALLMANN1, JEAN VICTOR PAULO DE CARVALHO1, HEITOR MIRAGLIA HERRERA1, LUIZ TADEU MORAES FIGUEIREDO1, ANA MARIA BISPO DE FILIPPIS1, RENATA DEZENGRINI-SLHESSARENKO1, STEPHANIE SALYER1, NICHOLAS KOMAR1, FLÁVIA BARRETO DOS SANTOS1, ALEX PAUVOLID-CORREA1
1. FIOCRUZ - Instituto Oswaldo Cruz - Fundação Oswaldo Cruz, 2. UCDC - Universidade Católica Dom Bosco, 3. USP - Universidade de São Paulo, 4. UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso, 5. CGH - CDC - Center for Global Health, 6. CDC - National Center for Emerging and Zoonotic Infectious Diseases - Centers for Disease Control and Prevention
helvergd@gmail.com

À exceção dos estudos sobre o vírus da febre amarela em primatas não humanos no Brasil, estudos sobre outros potenciais hospedeiros vertebrados envolvidos em ciclos de transmissão de outros flavivírus circulantes no país são escassos. Por causa disso, como parte de um estudo de ecologia do vírus Zika do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) na América do Sul, uma investigação sobre os diferentes flavivírus que circulam no Brasil foi conduzida em mamíferos selvagens de vida livre capturados em março e agosto de 2017 em parques urbanos de Cuiabá e Campo Grande, Centro-Oeste, Brasil. Um total de 107 amostras de indivíduos saudáveis ​​de quatro espécies de mamíferos comumente observados em parques locais foram coletados, incluindo o gambá-de-orelha-branca ( Didelphis albiventris , n = 30), morcego comedor de frutas ( Artibeus planirostris , n = 29), quati ( Nasua nasua , n = 37) e capivara ( Hydrochoerus hydrochaeris , n = 12). As amostras de sangue foram submetidas a extração de RNA por kit comercial, seguida da reação em cadeia da polimerase em transcrição reversa (RT-PCR) em tempo real com sistema SYBR green para a detecção de flavivírus. Todas as amostras mostraram-se negativas para a presença de RNA de flavivírus. Em virtude da curta viremia observada em arbovírus, a detecção de flavivírus em animais silvestres hígidos e em período não epizoótico é difícil.  Entretanto, a exceção do vírus da febre amarela, eventualmente detectado em primatas não humanos durante epizootias no Brasil, a circulação dos outros doze flavivírus de importância médica em outros mamíferos silvestres de vida livre no país é pouco conhecida. Desta forma, estudos de investigação ativa como descrito no presente trabalho visando a detecção precoce da circulação silenciosa de arbovírus patogênicos antecedendo a ocorrência de epizootias e casos humanos contribuem para a vigilância do país e devem ser incentivados.



Palavras-chaves:  Arbovírus, Flavivírus, mamíferos silvestres, Centro-oeste