ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL, DE 2013 A 2016.
ALYNE SUELLEN SILVA PEDROSA 1, DANIELLE KARLA ALVES FEITOSA1, ISIS HOLANDA PINHEIRO VILELA1, RODRIGO CARVALHO DE OLIVEIRA MACÊDO1, JAIANE MARIA DE BRITO NOBRE1
1. UNIT - Centro Universitário Tiradentes, 2. CESMAC - Centro Universitário Cesmac
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Animais peçonhentos são aqueles que possuem glândulas de veneno que se comunicam com dentes, ferrões, ou aguilhões, estruturas por onde o veneno é injetado. Dentre os acidentes por animais peçonhentos no Brasil, os escorpiônicos representam o agravo de maior ocorrência, em número superior aos ofídicos. Este trabalho teve por objetivo analisar os aspectos epidemiológicos dos acidentes por animais peçonhentos na região Nordeste do Brasil, do ano de 2013 a 2016. Trata-se de um estudo ecológico, transversal, quantitativo, realizado com dados fornecidos pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), a partir dos dados encontrados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde ( DATASUS). Utilizou-se as seguintes variáveis para os casos confirmados: Unidade Federativa (UF) de notificação, sexo, tipo de acidente, tempo entre a picada e o atendimento, classificação e evolução dos pacientes. Foram registrados no período de 2013 a 2016 no Nordeste Brasileiro, 218.452 casos totais de acidentes por animais peçonhentos, dos quais, 433 pacientes evoluíram para óbito. Os estados com maiores percentuais foram Bahia, seguido por Pernambuco e Alagoas, com 27,38%, 21,68% e 15,54% respectivamente. Quanto ao sexo, há uma prevalência maior no feminino, com 51,62% dos casos. Em relação ao tipo de acidente, há um predomínio de acidentes por escorpião com 158.909 casos. Sobre o tempo entre a picada e o atendimento, 41,41% dos casos levou de 0-1 hora e 25,11%, de 1-3 horas. Dos pacientes analisados, de acordo com a classificação, a maioria dos casos, 83,35%, foi considerada acidente leve. Ademais, 195.723 pacientes evoluíram para cura. Conclui-se que na Região Nordeste do Brasil os acidentes escorpiônicos são os mais frequentes e que, apesar da evolução benigna da grande maioria dos acidentes, a precocidade no início dos sintomas e o potencial de gravidade, principalmente em crianças, tornam o agravo de especial importância. A precocidade do atendimento médico é fator fundamental na evolução e no prognóstico do doente. Dessa maneira, de acordo com os dados analisados, a Região Nordeste do Brasil registrou menos da metade dos casos com tempo entre o acidente e o atendimento entre 0-1 hora. Assim, é de fundamental importância investir em orientação para que as pessoas procurem atendimento o mais rápido possível e, dessa forma, melhorar o prognóstico dos pacientes.



Palavras-chaves:  animais peçonhentos, epidemiologia, prognóstico