ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DE HEPATITES VIRAIS NO NORDESTE BRASILEIRO, DE 2014 A 2017. |
As hepatites virais são um grave problema de saúde pública no mundo e no Brasil. Os agentes etiológicos que causam hepatites virais mais relevantes do ponto de vista clínico e epidemiológico são o vírus A, vírus B, vírus C, vírus D e vírus E. Estes vírus têm em comum a predileção para infectar os hepatócitos. Entretanto, divergem quanto às formas de transmissão e consequências clínicas advindas da infecção. Este trabalho teve por objetivo analisar os aspectos epidemiológicos das Hepatites Virais no Nordeste Brasileiro, do ano de 2014 a 2017. Trata-se de um estudo ecológico, transversal, quantitativo, realizado com dados fornecidos pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), a partir dos dados encontrados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde ( DATASUS). Utilizou-se as seguintes variáveis para os casos confirmados: Unidade Federativa (UF) de notificação, sexo, faixa etária, forma clínica, classificação etiológica e fonte de infecção. Foram registrados no período de 2014 a 2017 no Nordeste Brasileiro, 15.662 casos totais de infecção por hepatites virais. Os estados com maiores percentuais foram Bahia, seguido por Pernambuco e Ceará, com 34,89%, 18,33% e 10,03% respectivamente. Quanto ao sexo, há uma prevalência maior no masculino, com 53,01% dos casos. Em relação a faixa etária, há um predomínio dos 40-59 anos. Sobre a forma clínica, 60,19% dos casos foram notificados como crônica/portador e, 29,79% como aguda. Dos pacientes analisados, de acordo com a classificação etiológica, a mais prevalente foi a Hepatite B, seguida de C e A com 37,52%, 33,52% e 19,81%, respectivamente. Ademais, a respeito da fonte de infecção, 14,53% foi transmitida através de alimento/água e 12,18% por via sexual. A maior fonte de transmissão notificada na Região Nordeste foi a oral-fecal a qual possui mecanismo ligado a condições de saneamento básico, higiene pessoal, qualidade da água e dos alimentos. Isso demonstra que é preciso melhorar o saneamento básico não só do Nordeste, mas sim do país. Além disso, o diagnóstico preciso e precoce desses agravos permite um tratamento adequado e impacta diretamente a qualidade de vida do indivíduo, sendo ainda um poderoso instrumento de prevenção de complicações mais frequentes como cirrose avançada e câncer hepático. |