ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA COINFECÇÃO TUBERCULOSE/HIV NO ESTADO DE ALAGOAS, DE 2014 A 2017. |
A Tuberculose é uma das patologias mais antigas que se tem registro no mundo, sendo transmitida pelos bacilos do Mycobacterium Tuberculoses (MTB). O HIV/AIDS, por sua vez, é uma epidemia moderna que emergiu no século passado. Juntas, constituem uma das coinfecções mais prevalentes encontradas no Brasil. Este trabalho teve por objetivo analisar os aspectos epidemiológicos da coinfecção Tuberculose/HIV no estado de Alagoas, no ano de 2014 a 2017. Trata-se de um estudo ecológico, transversal, quantitativo, realizado com dados fornecidos pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), a partir dos dados encontrados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde ( DATASUS). Utilizou-se as seguintes variáveis para os casos confirmados: sexo, faixa etária, formas de infecção, pacientes com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), situação final dos pacientes e número de óbitos. Foram registrados no período de 2014 a 2017 no estado de Alagoas, 4.710 casos totais de infecção por Tuberculose dos quais 304 pacientes evoluíram para óbito. Quanto ao sexo há uma prevalência maior no masculino, com 63,67% dos casos. Já em relação a faixa etária, há um predomínio dos 30 aos 39 anos. A forma pulmonar foi a mais prevalente com 4.068 casos. Dos pacientes analisados com tuberculose, 521 eram HIV positivos, desses, 91,17% desenvolveram a AIDS. Ademais, 2.430 pacientes evoluíram para cura e 461 abandonaram o tratamento. Conclui-se, que a coinfecção entre o MTB e o HIV constitui um agravo importante na saúde pública e contribui no aumento dos índices de morbimortalidade por Tuberculose mais do que somente a infecção pelo HIV. Este agravo é determinado pela capacidade que o vírus possui em favorecer o risco da progressão da infecção latente pelo MTB e a infecção ou reinfecção precoce pela doença ativa, aumentando de 20 a 37 vezes o risco do adoecimento de pessoas vivendo com HIV em comparação com aquelas que não têm o vírus , devido a diminuição da imunidade. No estado de Alagoas, os números de coinfecção Tuberculose/HIV são elevados e a quantidade de abandono ao tratamento também, podendo aumentar a resistência dos pacientes aos antibióticos. Ademais, conhecer o perfil destes pacientes, é de fundamental importância para orientação das políticas públicas de combate a coinfecção Tuberculose/HIV. |