PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ACIDENTES OFÍDICOS NOTIFICADOS NO OESTE DA BAHIA
JULIANE BISPO LEITÃO 1, BRUNA COSTA GAMA1, JONATAS CAMPOS DE ALMEIDA1
1. UFOB - Graduando do curso de Medicina Veterinária – Universidade Federal do Oeste da Bahia, 2. UFOB - Docente do curso de Medicina Veterinária – Universidade Federal do Oeste da Bahia
JULI_ANEBL16@HOTMAIL.COM

No Brasil existem cerca de 380 espécies de serpentes, mas apenas 15% são peçonhentas e estão distribuídas em quatro gêneros: Bothrops (jararaca), Crotalus (cascavel), Micrurus (coral) e Lachesis (surucucu). O presente trabalho teve como objetivo determinar o perfil epidemiológico dos acidentes ofídicos notificados nos municípios do Oeste da Bahia. Foi realizado um estudo epidemiológico descritivo, retrospectivo, com fonte de dados secundários, obtidos através do banco de dados sobre Informações de Saúde (TABNET) do Departamento de Informática do SUS (DATASUS). O presente estudo considerou os casos de acidente por animais peçonhentos nos 37 municípios do Oeste da Bahia, no período entre 2012 e 2016. As variáveis do estudo foram: a espécie de serpente envolvida; sazonalidade; faixa etária e sexo das vítimas e a evolução do caso (cura, óbito, óbito por outras causas). Os dados foram tabulados em uma planilha eletrônica do programa Microsoft Office Excel, versão 2007. Entre os anos de 2012 a 2016 ocorreram 7.709 acidentes ofídicos do Oeste da Bahia, sendo que 14,61% (1.127) desses casos ocorreram na cidade de Santa Maria da Vitória, se tornando o município com mais casos notificados, provavelmente, devido a 90% de seu território ser arborizado, favorecendo a sobrevivência e atividade desses animais. A maioria dos casos relatados foram causados pelo gênero Bothrops 8,54% (659 casos). Em sua minoria estava o gênero Crotalus com 1,59% (123) e o gênero Micrurus com 0,15%(12). Foram notificados acidentes em todas as estações do ano, porém durante o outono e a primavera, períodos marcados pela ausência de chuvas na região, foram observadas uma maior quantidade de casos de ofidismo com 27,11% (2.090) e 26,54% (2.046) dos casos, respectivamente. O que diz respeito às vítimas, pode-se constatar que na variável sexo, 54,49% (4.201) das vítimas de acidentes ofídicos eram homens e 45,49% (3.507) eram mulheres. Com relação a faixa etária, o maior número de casos (56,73%; 4.374 acidentes) ocorreram em adultos com idades entre 20-59 anos de idade (população economicamente ativa). A evolução dos casos transcorreu da seguinte forma: 81%( 6.245) dos casos obteve a cura e apenas 0,37% (29) vítimas foram a óbito pela causa notificada. Esses dados reforçam a importância do conhecimento sobre a epidemiologia regional desses acidentes, para facilitar o tratamento das vítimas e preveni-los.



Palavras-chaves:  Bothrops, Ofídico, Serpentes