PREVALÊNCIA DA SÍFILIS E FATORES ASSOCIADOS EM INTERNOS DO SISTEMA PRISIONAL DE UMA CAPITAL DO NORDESTE DO BRASIL
ANA CAROLINA AGUIAR CARDOSO1, LIA RAKEL ROCHA DE OLIVEIRA SILVA1, VITOR MONTE DE CASTRO ALENCAR 1, TELMA MARIA EVANGELISTA DE ARAÚJO1
1. FAHESP/IESVAP - Instituto de Educação Superior do Vale do Parnaíba, 2. UESPI - Universidade Estadual do Piauí, 3. UFPI - Universidade Federal do Piauí
carolcardosoaguiar@gmail.com

A Sífilis, também conhecida como Cancro Duro, é uma doença infectocontagiosa causada pelo Treponema pallidum, que encontra nas penitenciárias, condições que podem favorecer o risco da sua transmissão entre a população prisional. O objetivo deste trabalho é analisar a prevalência de Sífilis e fatores de risco em internos nos presídios de Teresina/Piauí/Brasil. Trata-se de um estudo transversal, desenvolvido com 950 presidiários, em Teresina/Piauí/Brasil. A coleta de dados foi realizada entre janeiro/2016 a julho/2017, por meio da aplicação formulário e realização de testagem para Sífilis. Foram realizadas análises estatísticas descritivas simples e inferencial com testes de hipóteses bivariados e multivariados, por meio de regressão logística simples e múltipla (Oddis ratio bruta e ajustado), com nível de significância fixado em p≤0,05. Verificou-se que 48,6% estavam na faixa etária de 23 a 32 anos, 92,8% eram do sexo masculino, 63,0% referiram ter ensino fundamental incompleto, 58,0% eram solteiros/separados/viúvos e 37,2% não tinham renda pessoal. Quanto à prevalência geral de positividade para Sífilis foi de 8,4% (IC95% = 7,3-9,6), sendo 19,5% dentre o sexo feminino e 8,0% no sexo masculino. Observou-se associação estatisticamente significativa entre a positividade do marcador sorológico da sífilis e as variáveis: sexo, uso de drogas ilícitas antes das relações sexuais e conhecimento sobre a forma de transmissão (p<0,01). As evidências apontam maior susceptibilidade de transmissão de IST, na prática do sexo nas relações entre mulheres, pois a exposição ocorre devido ao contato com os fluidos uma da outra, pela manipulação dos genitais, sexo oral e compartilhamento de produtos eróticos. A alta prevalência da sífilis entre os presidiários deste estudo evidencia a necessidade de ações públicas de saúde, incluindo articulação entre esferas governamentais e entre gestão da saúde e da justiça, visando contemplar a demanda de saúde dos internos do Sistema Prisional do Estado. Faz-se oportuna a ampliação de ações relacionadas ao diagnóstico da Sífilis na admissão e rotina, atividades contínuas de educação em saúde, capacitação dos profissionais de saúde que compõem a equipe da justiça para fortalecer a promoção da saúde, prevenção e controle da Sífilis.



Palavras-chaves:  Sífilis, Prisões, Fatores de risco